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UBS Medianeira segue sem atendimento desde o dia 5 de maio: 20 dias de portas fechadas | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
UBS Medianeira segue sem atendimento desde o dia 5 de maio: 20 dias de portas fechadas| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A vacinação contra a gripe em Curitiba entrou na reta final com um fato nada positivo ao longo da campanha deste ano. A unidade básica de saúde (UBS) Medianeira, no bairro Boa Vista, segue fechada há 20 dias depois de quatro pessoas apresentarem infecção bacteriana após a imunização. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), ainda não há previsão para que o posto seja reaberto - situação que está gerando reclamação entre usuários.

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A prefeitura justifica que a demora no retorno às atividades ocorre porque a análise sobre as causas da infecção não avançou. Segundo a pasta, para identificar a bactéria responsável pela complicação, é preciso realizar um exame de cultura em que se cultivam os micro-organismos — o que leva tempo. A previsão inicial da SMS era que essa verificação estaria pronta já no dia 16, mas ainda não há qualquer resposta definitiva sobre o caso.

Fechada desde o dia 5 de maio, quando a infecção nos pacientes veio à tona, a unidade não recebe nem mesmo usuários em busca de consultas. Eles estão sendo redirecionados para outros postos. Um aviso na porta da unidade Medianeira orienta a busca pelo posto Abranches e, em casos de consultas odontológicas, o posto Vista Alegre. A Secretaria Municipal de Saúde também afirma que outras unidades próximas, como Pilarzinho, Abaeté, Barreirinha e Santa Efigênia, podem se procuradas.

Aposentado Neri Gomes, de 77 anos: após telefonar várias vezes e ninguém atender, foi ao posto ver o que estava acontecendoAniele Nascimento/Gazeta do Povo

Ainda assim, a situação não está nada confortável para os pacientes, que dizem se sentir perdidos com a falta de prazo de retorno das atividades no Medianeira. É o caso do aposentado Neri Gomes, de 77 anos. Na terça (23), ele encontrou as portas da unidade fechadas. Apesar de ter acompanhado nos noticiários o fechamento do posto, acreditava que já encontraria algum tipo de serviço depois de tantos dias de interdição. O idoso precisava renovar a receita de quatro medicamentos que toma continuamente. “Eu telefonei várias vezes e ninguém atendeu e vim ver o que estava acontecendo”, relatou o paciente, que tomou vacina contra a gripe na unidade Medianeira dois dias antes dos episódios de infecção.

O funcionário de uma igreja ao lado do posto conta que diversas pessoas passam por ali todos os dias para verificar se os atendimentos já foram retomados. Ele conta que o telefone no interior da unidade também não para de tocar e que quem aparece e descobre que tem de buscar outras unidades reclama do transtorno.

Aposentado Ademar Henn, 77 anos, abriu mão da dose da vacina contra gripe após casos de infecçãoAniele Nascimento/Gazeta do Povo

“Ou você gasta sola de sapato ou gasta gasolina”, comentou o aposentado Ademar Henn, de 77 anos, que agora precisa andar cinco quilômetros para chegar até a unidade Abranches, onde estava na manhã de terça. Para chegar ao Medianeira, onde está cadastrado, ele não caminha mais do que 800 metros. “Eles dizem que não tem previsão de quando vão abrir, mas a gente fica na expectativa porque aqui é contramão”, avaliou. O idoso afirmou que ficou assustado com os casos de infecção bacteriana no Medianeira e que, por isso, vai abir mão da sua dose de vacina contra a gripe este ano. “Tomo há dez anos, mas dessa vez prefiro não arriscar”.

Por meio de nota, a SMS afirma que “a definição sobre reabertura do posto deve ser divulgada em breve”, mas sem oferecer qualquer promessa de data. Até lá, as portas seguem fechadas.

Recuperação

Em relação aos pacientes, a secretaria informou que três dos quatro idosos que apresentaram quadro de infecção já receberam alta e apenas uma mulher segue internada, com quadro estável. Todos eles têm mais de 60 anos e receberam a vacina contra a gripe na UBS Medianeira no dia 27 de abril, apresentando complicações pouco tempo depois e sendo internados na sequência. Todos eles estão sendo acompanhados pela SMS.

A pasta reforça que os casos de infecção registrados em Curitiba são pontuais e que a vacina contra gripe é segura.

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