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Em alguns postos, o reajuste foi feito ainda na noite de quinta-feira (20) | Lineu Filho/Gazeta do Povo
Em alguns postos, o reajuste foi feito ainda na noite de quinta-feira (20)| Foto: Lineu Filho/Gazeta do Povo

O aumento da taxação da gasolina, do diesel e do etanol - viabilizado após decreto assinado pelo presidente Michel Temer (PMDB) nesta quinta-feira (20) - já fez disparar o preço dos combustíveis em postos de Curitiba. Em muitos estabelecimentos, novos valores começaram a ser cobrados logo após o anúncio do Governo Federal - ainda que a medida passasse a valer, na prática, só nesta sexta. Além disso, o novo preço que os clientes passaram a desembolsar está bem acima da média de reajuste prevista, que era de R$ 0,41 por litro. Na capital, já é possível encontrar o litro da gasolina variando entre R$ 3,79 e R$ 3,89.

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E a mudança foi quase que imediata à assinatura do decreto. Embora a maior parte dos motoristas encontrem os novos valores nesta manhã, já teve posto fazendo a mudança na noite de quinta. Mas é no início desta sexta que o impacto está sendo maior. Em um posto de bandeira Shell, próximo ao terminal do Hauer, o aumento foi quase o dobro da previsão do governo federal. O litro da gasolina que custava R$ 3,09 até ontem amanheceu por R$ 3,79. De acordo com o frentista Leandro Oliveira, 38 anos, o reajuste foi aplicado nas primeiras horas desta sexta-feira, pois o posto já está revendendo combustível comprado com o novo valor.

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Apesar do aumento de mais de 20% no litro da gasolina, porém, Oliveira diz que o movimento não diminuiu. “Muita gente ainda entra e nem vê o preço das bombas, por isso que o movimento ainda não diminuiu”, diz o frentista. Segundo ele, a mudança vem para atrapalhar todo mundo. “A gente vende, mas também é consumidor”, desabafa.

Já na Linha Verde, próximo ao viaduto do Xaxim, um posto de bandeira própria vende o litro da gasolina por R$ 3,69. Até ontem, o preço era de R$ 3,25. De acordo com o proprietário do estabelecimento, José Merigo, de 55 anos, a mudança não foi feita para compensar o aumento, mas para aumentar o lucro para que ele possa lidar com os novos valores na hora de comprar um novo lote. Apesar de ainda estar revendendo um estoque antigo, ele diz que foi preciso elevar o preço para conseguir encher suas bombas após o reajuste. E ele não descarta oura remarcação em breve. “Vamos esperar vir para decidir se vai ficar mais caro ou não [o valor da gasolina]. O imposto subiu demais”.

Motoristas formam fila para abastecer em postos com preço antigo

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Novos hábitos

Por outro lado, quem já se atentou ao aumento afirma que a estratégia é fazer uma pesquisa para encontrar postos onde o combustível ainda é vendido pelo preço antigo. Ao abastecer o carro da empresa no posto do Hauer, o motorista Paulo Roberto Xavier da Silva, de 28 anos, se assustou com a nova marcação. “É muita coisa. Ontem mesmo a gente veio aqui e era R$ 3,09. Onde vai parar?”, questionou. Já para seu veículo particular, Silva diz que vai pesquisar por postos com preços ainda mais em conta, mesmo que para isso tenha de enfrentar filas. “Tem que economizar. Acho um absurdo porque nos países do lado é tão mais barato”, comentou.

Críticas

O aumento é reflexo da nova alíquota tributária para o combustível. No caso da gasolina, o governo federal passará de R$ 0,3816 por litro para R$ 0,7925 por liro — ou seja, mais do que o dobro. Isso faz com o álcool se torne uma alternativa mais econômica, já que, embora também reajustado, o novo valor tende a ser menor. De acordo com a definição assinada pelo presidente Temer, a tributação sobre o litro do etanol passa de R$ 0,1200 para R$ 0,1309.

No total, o governo espera arrecadar R$ 10,4 bilhões com a medida. De acordo com o Ministério da Fazenda, porém, o preço final dos combustíveis na bomba dependerá do valor que os postos repassarem do aumento de tributação ao preço de venda ao consumidor final.

Em nota, o Sindicombustíveis-PR criticou a decisão do presidente em relação ao aumento. No texto enviado à imprensa, o sindicato que representa os donos de postos diz que “vê com grande preocupação a elevação de impostos anunciada pelo governo federal” e que “o aumento da carga tributária é especialmente prejudicial num quadro de recessão, pois transfere recursos do setor privado para o público. Perdem todos. Empresas, consumidores e a sociedade em geral”.

O órgão explica que a margem de lucro na revenda é um dos menores do setor de comércio e que a categoria já vem trabalhando com baixos estoque por causa do alto custo do capital de giro,o que faz com que essa renovação seja quase que diária. “Se por um lado as distribuidoras de combustíveis em geral repassam os aumentos de impostos com agilidade, por outro a margem de lucro praticada pela ampla maioria dos postos é menor que o próprio aumento”, justifica.

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