Uma semana após a Gazeta do Povo mostrar que a sede da Guarda Municipal (GM) na Praça Oswaldo Cruz, no Centro de Curitiba, ficava em um lugar de difícil acesso no subsolo do recém-inaugurado centro esportivo, a prefeitura abriu uma passagem para facilitar a ação dos agentes. O acesso é um pequeno portão no meio do gradil, instalado na última sexta-feira (16), bem ao lado da piscina coberta. Ele dá acesso direto à praça pelo lado da Rua Brigadeiro Franco. Além disso, a Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ) informa que pretende transferir o módulo para um local em que os agentes tenham de fato uma ampla visibilidade da Oswaldo Cruz. Entretanto, essa mudança ainda não tem previsão.
Na reinauguração do centro esportivo, que ficou fechado seis anos para reforma, o secretário da SMELJ, Marcello Richa, prometeu que a GM teria estrutura adequada para trabalhar na Oswaldo Cruz. “A ideia é que a Guarda Municipal tenha um espaço amplo, onde tenha visão de toda a praça”, afirmou o titular da pasta, que é filho do governador Beto Richa (PSDB). Entretanto, um guarda municipal que procurou a reportagem da Gazeta no mesmo dia disse que essa não era a realidade do local onde a SMELJ havia alocado os agentes no subsolo do prédio.
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O guarda, que não quis se identificar, explicou que no subsolo os agentes teriam dificuldade para atender uma ocorrência, já que teriam de percorrer um verdadeiro labirinto de corredores e salas até sair do centro esportivo, pelo lado da Avenida Visconde de Guarapuava. Assim, se a emergência acontecesse nas ruas Lamenha Lins, Brigadeiro Franco ou ainda na face da praça voltada para a Avenida Sete de Setembro, o caminho seria muito longo. “Para agir com rapidez, tínhamos que pular a grade, onde agora fizeram esse portãozinho”, relata o guarda.
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Além de terem o acesso dificultado, outra reclamação dos guardas em relação ao módulo no subsolo é em termos estruturais. “Nossa sala é pequena, sem ventilação e sem o mínimo de estrutura porque não temos nem onde colocar a marmita”, relata o GM. Além disso, a visibilidade da praça fica comprometida. “Quando estamos almoçando ou tomando água não conseguimos ver nada da praça. Isso não aconteceria se nosso módulo fosse aqui em cima”, pontua.
A dona de casa Maria Antônia, de 48 anos, que sempre caminha pelo local, questiona por que a instalação correta do acesso já não foi feita para a reinauguração do centro esportivo. “Acho que é óbvio que deveriam deixar as saídas fáceis para que a Guarda Municipal consiga atuar na praça. Então, por que não fizeram essa porta antes da reinauguração?”, indaga.
E mesmo com o novo acesso, Maria acredita que a GM deveria ter um local ainda mais acessível, fora do centro esportivo. “Eles tinham que ter um módulo fora do ginásio, no meio da praça, para ficarem de olho em tudo. E não uma sala escondida lá embaixo”, enfatiza a frequentadora.
Transferência no módulo
A SMELJ informa que o módulo da GM mudará de lugar. A primeira opção, segundo a pasta, é dividir o espaço com a academia da praça na sala de ginástica no piso superior do centro esportivo e próximo à entrada da Oswaldo Cruz. A segunda opção seria instalar um contêiner em algum ponto da praça.
Nos dois casos, a secretaria afirma que os guardas teriam boa ventilação e itens básicos para uso durante o dia. No entanto, ainda precisariam utilizar a cozinha do centro esportivo, no subsolo do ginásio, para guardar alimentos.
Segundo a SMELJ, o estudo de viabilidade financeira para as duas opções deve ser encerrado nos próximos 15 dias. Portanto, a mudança ainda não tem data para acontecer.
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