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| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

A Operação Balada Protegida, da Guarda Municipal de Curitiba, chegou à 50.ª edição na última sexta-feira (8) com o saldo de 3 mil abordagens, que resultaram em 26 detenções e 12 apreensões de adolescentes. Além disso, 5 mil autuações foram aplicadas pelos agentes da Setran que participam da operação.

Lançada em janeiro, o programa cresceu a partir da promessa do prefeito Rafael Greca (PMN) de aumentar o controle na vida noturna de Curitiba. Quase um ano depois, proprietários de bares afirmam que ainda é preciso mais equilíbrio, com menos caça às bruxas e mais segurança nos arredores dos estabelecimentos.

Depois da primeira ação, que esvaziou os bares da Avenida Vicente Machado, no Batel, seguiram-se várias outras que deram o que falar. Em uma delas, ainda em janeiro, também na Vicente Machado, a discussão pairou sobre testes do bafômetro, cujos resultados permitiam distribuir pulseiras de cores diferentes, de acordo com o nível de álcool no organismo de cada motorista. Em julho, uma confusão generalizada na Rua Coronel Dulcídio, nas proximidades do Shopping Hauer, também no Batel, acabou com o uso bombas de gás e balas de borracha por parte da Polícia Militar e da Guarda Municipal. Na situação mais recente, houve prisões e apreensões na Praça do Redentor, conhecida como Praça do Gaúcho, no São Francisco.

A prefeitura defende que a estratégia é voltada aos jovens, ao mesmo tempo em que procura sensibilizar comerciantes em relação às condutas exigidas para um divertimento seguro. “Nosso trabalho é dar segurança e garantir que a pessoa possa se divertir com calma e tranquilidade”, afirma o secretário municipal de Defesa Social e Trânsito, Guilherme Rangel.

“Além do monitoramento constante de nossa equipe especializada para detectar os locais mais sensíveis, analisamos as solicitações que chegam via serviço 156 para verificar se é uma situação passível de ser atendida pela Balada Protegida ou se podemos encaminhar a outro setores para fazer o atendimento ao cidadão da melhor forma”, disse o inspetor Wagnelson de Oliveira, coordenador do programa.

Imagem equivocada

Por outro lado, donos de bares afirmam que a ação ainda não chegou ao equilíbrio necessário para promover segurança sem impactar negativamente o setor. Fábio Aguayo, presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), avalia que, em sua fase inicial, a Balada Protegida criou uma imagem equivocada dos bares e obrigou os estabelecimentos a arcarem com prejuízos desnecessários.

Segundo ele, as ações fugiram do foco preventivo e refletiram em operações que fizeram os comerciantes se sentirem perseguidos. “Nós tivemos que trabalhar para tirar esse preconceito, que no nosso setor causa muito transtorno. Nós trazemos emprego, proporcionamos momentos de lazer. O que falta entender é que, com a crise, as pessoas ocuparam mais as ruas porque muitas vezes não têm dinheiro para entrar no bar. E as pessoas não veem, mas essa movimentação gera muito mais segurança nas ruas, em locais que falta segurança e iluminação”, analisa Aguayo.

O presidente da Abrabar diz que novos diálogos travados com a prefeitura pedem ações que trabalham diretamente com posturas urbanas. Ou seja, ao combate de ilegalidades como o comércio ambulante e uso de som alto na frente de bares e restaurantes.

A Balada Protegida age em locais como a Praça da Espanha; Rua Vicente Machado, Rua Coronel Dulcídio e Rua Carlos Cavalcanti. Também passa pelo Largo da Ordem, Praça Redentor (Praça do Gaúcho), Jardim Ambiental e Rua São Francisco, além de outros locais definidos a cada edição.

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