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| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Cogitada oficialmente desde 2009, a remoção das torres da Avenida das Torres – a Avenida Comendador Franco –, em Curitiba, começou na última quinta-feira (9). A via, porém, tem mais de oito décadas de história conjunta com os transmissores de energia elétrica que a nomearam, e não deve perder essa identidade tão cedo.

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As torres começaram a ser instaladas ainda na década de 1930, quando não havia nem ideia de que uma avenida que ligaria Curitiba a São José dos Pinhais seria implantada cerca de 40 anos depois. A relevância das estruturas foi tanta que sua influência vai além da própria via: também foram responsáveis por identificar a Vila Torres, antiga Vila Pinto, que há cerca de 20 anos encontrou um nome definitivo nas estruturas de uma das vias mais movimentadas da região.

Confira essas e outras curiosidades sobre a avenida e as torres:

1) Na década de 30

As primeiras torres foram instaladas em 1931, com o objetivo de levar energia de uma usina hidrelétrica recém-construída em Santa Catarina para a usina Capanema, que distribuia para o Centro de Curitiba. Na época, o terreno onde se encontram era apenas campo, e as terras tinham proprietários que permitiram a instalação das torres. Quem explica é o engenheiro Ivo Marcos Dranka Junior, gerente de engenharia e gestão de linhas de transmissão da Companhia Paranaense de Energia (Copel). “A Copel, que então se chamava Companhia de Força e Luz, decidiu instalar as torres ali para traçar uma linha reta entre dois pontos específicos”, conta Junior. Segundo o engenheiro, já naquela época havia planos de construir uma rede subterrânea, o que só vai se concretizar este ano.

2) A avenida surgiu em função das torres

Segundo o engenheiro Ivo Dranka Junior, da Copel, a instalação das torres implicou a inutilização do espaço logo ao lado das estruturas. Trata-se de uma faixa de segurança que facilita a manutenção da rede elétrica. “Como não é permitido construir casas ou prédios no terreno dos dois lados da linha elétrica e o caminho é muito bom por formar uma linha reta, a prefeitura costuma aproveitar esses pedaços para tráfego de veículos”, avalia o engenheiro. A Avenida Comendador Franco foi idealizada e viabilizada na década de 70, junto da inclusão de novas torres na linha elétrica.

3) Que fim levarão as torres?

A Copel explica que as torres que estão sendo removidas da avenida não serão reutilizadas em outro local. Isso porque os materiais são antigos e não comportam as voltagens usadas atualmente. Por exemplo, a capacidade energética usada até então era de 138 mil volts. Com a nova instalação, o número deve passar para 230 mil volts. De acordo com a empresa, por enquanto as torres serão desmanchadas e armazenadas no galpão da companhia.

4) Av. das Torres só começa em São José dos Pinhais

Muitas pessoas não sabem que a maior parte da via popularmente conhecida como Avenida das Torres se chama, oficialmente, Avenida Comendador Franco. Mas o nome só é válido até a altura do Parque Náutico, um pouco antes do início do município de São José dos Pinhais. Na cidade vizinha à Curitiba, sim, a via passa a se chamar Avenida das Torres.

5) Correios reconhecem nome não-oficial

Como existem pessoas que confundem o nome da avenida, os Correios acabam aceitando fazer a entrega de correspondências que descrevem a parte curitibana como Avenida das Torres. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, não é incomum que isso aconteça. O único requisito primordial para que a entrega aconteça é que o CEP esteja correto.

Colaborou: Cecília Tümler

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