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| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo/Arquivo

O transporte público de grandes cidades costuma ser planejado para criar uma malha que atenda os mais diversos bairros e regiões. Em Curitiba não é diferente: a capital é dividida em seis eixos de transporte, considerados os principais pontos de mobilidade em cada área. Para interligar essas zonas, o sistema tem 10 tipos diferentes de linhas de ônibus, que de trajetos e veículos longos a curtos, buscam oferecer algumas opções para o trânsito da população.

“Tudo começou com a implantação das canaletas exclusivas para o expresso, na década de 70, nos eixos Norte e Sul”, explica Ismael França, gestor de operação e planejamento do transporte da Urbs, empresa responsável por administrar o sistema. O projeto incluiu a transformação das ruas paralelas às canaletas em vias rápidas, além da implantação de terminais que permitiam o acesso dos veículos vindos dos bairros afastados. De lá para cá, lógicas similares foram aplicadas nos eixos chamados de Leste, Oeste, Boqueirão e Linha Verde.

Confira o especial Horário de ônibus em Curitiba

Em cada um desses eixos, as linhas da cidade cumprem funções distintas: algumas servem para levar dos bairros mais afastados para polos de movimento das regiões, outras, com veículos maiores, cumprem o papel de ligar uns aos outros os polos de cada bairro, os chamados terminais de ônibus.

Confira todos os tipos de linha, descritos com auxílio do gestor de operação da Urbs, Ismael França:

Expresso Ligeirão

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Linha de ônibus mais recente de Curitiba, a Expresso Ligeirão é operadas pelos biarticulados azuis. A linha foi implantada em 2011 com a proposta de fazer menos paradas e, consequentemente, chegar mais rápido de um ponto a outro. Na época, os veículos usados para a linha eram mais largos e compridos do que qualquer outro ônibus da cidade - e do mundo. Com 28 m de comprimento, o ônibus têm capacidade para transportar 270 passageiros.

Leia também: Novo ligeirão deve chegar ao Capão Raso em 2019

Por enquanto, os azulões operam nas linhas Pinheirinho-Carlos Gomes e Boqueirão. Porém, a partir do fim de março, o Expresso Ligeirão irá operar mais uma linha: é a chamada Ligeirão-Norte, que irá transitar do terminal do Santa Cândida até a estação-tubo Bento Viana, no Batel, fazendo oito paradas. A nova linha terá veículos vermelhos.

Expresso Biarticulado

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Apesar da linha expresso ter começado a funcionar na década de 70, o símbolo do transporte público de Curitiba, o expresso biarticulado, começou a operar apenas em 1992, com ônibus prateados. Antes disso o trecho era feito por ônibus com apenas uma articulação. Foi somente em 1995 que os carros passaram a ser pintados da cor vermelha, com a qual ficou consagrado no Brasil e no mundo, sendo adotado por cidades como Bogotá, Cidade do México e Rio de Janeiro . A operação dos veículos teve início na linha Boqueirão, e contava com canaletas exclusivas da Praça Carlos Gomes, no Centro, até o Terminal do Carmo.

Essas linhas ligam os terminais ao centro da cidade, e circulam apenas nas canaletas exclusivas. Embarques e desembarques são feitos nas estações tubo existentes no trajeto.

Linha Direta (Ligeirinho)

Maicon J. Gomes/Gazeta do Povo

Os ônibus da linha direta de Curitiba acabaram sendo apelidados de ligeirinhos pelas poucas paradas que fazem. Foram criados no início dos anos 90, e também representaram uma inovação no sistema de transporte da capital - e do mundo. Seu trajeto, muitas vezes, acaba sendo mais rápido do que fazer o mesmo trecho de carro. A primeira linha a operar a linha direta foi a Boqueirão/ Centro Cívico. De lá para cá, a quantidade de linhas distintas operando neste modelo já chega a 29.

Esse tipo de veículo também não utiliza cobrador dentro dos ônibus, sendo que o pagamento da passagem é feito em estações-tubo. Os veículos têm a cor prata e fazem paradas em média a cada três km. São linhas complementares, principalmente das linhas expressas e interbairros.

Interbairros

Maicon J. Gomes/Gazeta do Povo

As linhas interbairros, como o nome diz, ligam diferentes pontos da cidade sem necessariamente passarem pela região central. Estão entre as linhas mais longas de Curitiba . O Interbairros 2, inclusive, é a maior linha da cidade. “Ela passa nos primeiros terminais de cada eixo do transporte, e cruza todos os outros eixos”, explica França. De acordo com o gestor, um giro completo com essa linha, ou seja, terminar no mesmo ponto em que começou, leva cerca de duas horas. Todos os interbairros são veículos comuns ou articulados, na cor verde.

Alguns dos ônibus interbairros são híbridos, ou seja, operam por meio de combustível e de energia elétrica, sendo mais eficientes para o meio ambiente. Esse tipo de veículo pode ser encontrado na linha Interbairros 1.

Alimentador

Aniele Nascimento/Aniele Nascimento

As linhas do tipo alimentador têm a função de levar passageiros dos bairros até o terminal de sua respectiva região. É o tipo com maior número de linhas na cidade: são 212 trajetos diferentes. A maior parte desses veículos tem capacidade para transitar com 70 a 80 passageiros. As linhas são operadas por veículos tipo micro, comum ou articulados, na cor laranja.

Após o desembarque em terminais, muitos passageiros seguem para regiões centrais por meio da integração, embarcando em veículos como o expresso ou o ligeirinho.

Troncal

As linhas do tipo Troncal, assim como as linhas expresso, ligam os terminais de integração ao Centro da cidade. Nessa categoria, porém, os veículos não circulam por canaletas exclusivas, e sim em vias compartilhadas. Dessa forma, conseguem passar por pontos que os expressos não circulam. São, em grande parte, ônibus articulados na cor laranja.

Convencional

Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Similares às linhas do tipo Troncal, as linhas do tipo Convencional também ligam o Centro aos bairros. A diferença, porém, é que estes veículos não fazem paradas em terminais. Isso significa que não há como continuar a viagem até outro ponto pagando a mesma passagem após embarcar em um dos veículos dessas linhas. Muitos dos ônibus dessa categoria também são menores do que os das linhas troncais. Os veículos mais usados são os do tipo micro - que não aceitam dinheiro como forma de pagamento - e alguns do tamanho convencional, sempre na cor amarela.

Circular Centro

Daniel Caron/Gazeta do Povo

O Circular Centro é uma linha especial: é operada por veículos micro na cor branca e para em pontos principais da região central de Curitiba. Inaugurada em 1981, atualmente ainda atende cerca de 20 mil passageiros por mês, mas é uma linha que pode estar com os dias contados. Isso porque a queda no número de usuários é muito intensa - de 2012 para 2016, a redução de usuários foi de 40%, o que equivale a 19 mil pessoas deixando de pegar a linha todos os meses.

Como para próxima de shoppings, da rodoviária da capital e da Biblioteca Pública, a linha acaba sendo muito usada por turistas. Uma das vantagens de usar o Circular Centro é o preço: enquanto o sistema de transporte de Curitiba em geral tem tarifa de R$ 4,25, a passagem do Circular é R$ 3.

Linha Turismo

HEDESON ALVES/HEDESON ALVES

Com ponto inicial na Praça Tiradentes, no Centro de Curitiba, a Linha Turismo passa pelos principais parques e pontos turísticos da cidade. Os veículos, conhecidos como jardineiras, têm dois andares. O andar inferior tem ar-condicionado e o superior tem teto descoberto. A linha tem tarifa diferenciada dos demais ônibus da capital, e um tíquete com direito a 4 reembarques sai por R$ 45.

Essa linha circula a cada 30 minutos, percorrendo cerca de 44 km. Todo o trajeto leva duas horas e meia. Os veículos também têm um sistema de informações sobre os 25 pontos de parada, que são lidos também em inglês e espanhol.

SITES

ANDERSON TOZATO/ANDERSON TOZATO

Operada por veículos bastante diferentes dos demais que circulam pela cidade, o Sistema Integrado de Transporte do Ensino Especial (SITES), tem um terminal exclusivo para seus ônibus. Os carros são azuis com amarelo, e funcionam levando e buscando crianças especiais que estudam em Curitiba. Esse serviço foi inaugurado em 1984 e não tem custo para os usuários, mas é feito mediante cadastro. Os veículos buscam os alunos em suas casas e atende cerca de 2500 estudantes. Para cumprir todos os roteiros, o SITES utiliza 56 veículos distintos. Duas atendentes por veículo auxiliam os estudantes portadores de necessidades.

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