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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Criminosos têm usado páginas falsas no Facebook para aplicar golpes nos usuários da rede. Na ação, estelionatários clonam um perfil ao cadastrar uma nova página utilizando as informações e fotos do perfil original e enviam convites para os amigos dela. A partir de então, o golpista inicia conversas com as pessoas que aceitam o perfil falso e solicita dinheiro emprestado dos contatos.

Seis boletins de ocorrências como essa foram registrados no Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber) da Polícia Civil nos últimos seis meses. E a orientação é de que os usuários desconfiem de perfis duplicados e estejam sempre atentos.

Uma usuária do Facebook foi vítima da ação esta semana e preferiu não se identificar à reportagem. Na última terça-feira (12), seus familiares e amigos começaram a receber convites de uma nova página em seu nome. “Várias pessoas que conheço aceitaram esse perfil falso imaginando que fosse eu”, relata.

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Após a confirmação de amizade, o golpista acenava para os amigos da mulher e começava a conversar. Durante o diálogo, o estelionatário falava a respeito da família e fazia elogios como se realmente conhecesse o interlocutor. “Aí começava a contar para os meus contatos uma história falando que eu estava em um dia ruim porque tinha perdido meus documentos e cartões de crédito e que precisava de dinheiro emprestado para pagar uma conta”. Para alguns contatos, o golpista chegou a pedir R$ 1.500 e passou os dados bancários para depósito com o CPF do responsável.

No entanto, eles desconfiaram do pedido e contataram à vítima, que publicou um alerta a respeito do golpe em sua página original solicitando que todos excluíssem o novo perfil em seu nome. Segundo ela, a postagem foi realizada antes que alguém fizesse o depósito exigido pelos golpistas.

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De acordo com o delegado Demetrius Gonzaga de Oliveira, do Nuciber, golpes como esse começaram em meados de 2016 e envolvem crimes como falsa identidade ideológica e estelionato. “Em um dos casos que atendemos há três anos, alguém usando o perfil mandou uma mensagem dizendo que estava em um aeroporto, onde tinha perdido a carteira. Ela solicitava R$ 2 mil e esse depósito foi feito”, recorda o delegado.

Na ação, relata Gonzaga, o estelionatário aproveitou a falta de atenção e pressa do interlocutor em resolver a emergência. Por isso, é importante estar atento e sempre confirmar os fatos por outro meio de comunicação como telefone, por exemplo. O mesmo deve ser feito ao receber um novo convite de amigos que já estão em sua rede de relacionamentos no Facebook . “Procure saber se é ele mesmo quem está por trás da página”, orienta o policial.

Outra orientação é revisar periodicamente a lista de amizades na rede social para verificar se existem nomes que se repetem. “E também faça uma busca na rede pelo seu nome para garantir que não existe alguma conta falsa utilizando seus dados”, aconselha o delegado.

Além de tomar esses cuidados, é possível mudar as configurações de privacidade da conta na rede social, evitando que os dados fiquem expostos.

Denúncias

Quem perceber que teve a página no Facebook clonada pode procurar o Nuciber ou a delegacia mais próxima de sua residência para denunciar o falso uso de sua identidade, enquanto as vítimas que depositaram valores para golpistas devem realizar a denúncia por estelionato. Em todos os casos, é importante apresentar o celular ou outros aparelhos eletrônicos em que as conversas estejam gravadas.

Também é necessário reunir o máximo de informações a respeito dos criminosos. “O favorecido da conta bancária passada pelo golpista, por exemplo, já pode ser o primeiro indiciado no processo”, pontua o delegado, que orienta a população a jamais passar seus dados bancários a desconhecidos. “Desconfie de abordagens em portas e banco nas quais o indivíduo pede para receber um valor por meio da sua conta. Você pode ser participante de um crime sem saber”.

O Nuciber em Curitiba fica na Rua José Loureiro, 376, Centro, e atende pelo telefone (41) 3321-1900.

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