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Pássaro gigante conhecido como “ave do terror” habitou Curitiba no período entre 42 a 39 milhões de anos atrás. | Renata Cunha e Fernando Sedor/UFPR/Reprodução
Pássaro gigante conhecido como “ave do terror” habitou Curitiba no período entre 42 a 39 milhões de anos atrás.| Foto: Renata Cunha e Fernando Sedor/UFPR/Reprodução

Olhando para Curitiba hoje fica um pouco difícil de imaginar, mas a região onde a cidade está localizada já foi o lar de aves carnívoras gigantes. De nome científico Phorusrhacidae, essas aves chegavam a ter 2 metros de altura e não voavam. Além disso, tinham cabeças enormes e um instinto predador que as levou a ser conhecida entre os estudiosos como “ave do terror”.

A descoberta foi publicada no Journal of Mammalian Evolution pelos pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Fernando Sedor, Luiz Fernandes e Renata Cunha. Pesquisadores de mais quatro universidades também trabalharam no projeto.

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O estudo encontrou fósseis destas aves e de diversos outros animais que viveram no Paleógeno (período entre 42 a 39 milhões de anos atrás) em rochas da formação geológica Guabirotuba, situada nos arredores de Curitiba e de Araucária.

Conforme a pesquisa, além das aves do terror, faziam parte da fauna da região uma espécie até então desconhecida de tatu (Proeocoleophorus carlinii), três gêneros extintos de marsupiais gigantes – que também eram carnívoros e podiam chegar ao porte de uma onça -, marsupiais pequenos, peixes, anfíbios, tartarugas e alguns invertebrados.

As descobertas são consideradas das mais importantes na paleontologia brasileira, já que podem aprofundar o conhecimento sobre o Paleógeno no país. Anteriormente, fósseis da mesma época haviam sido encontrados apenas em outros dois municípios: Itaboraí (RJ) e Taubaté (SP).

Além disso, elas ajudam a esclarecer questões sobre a origem e a diversificação dos mamíferos sul-americanos. De acordo com os pesquisadores, os fósseis de mamíferos encontrados na Formação Guabirotuba têm semelhanças com outros encontrados na Patagônia, no sul da Argentina.

A descoberta contribui ainda para a determinação da idade da Formação Guabirotuba, que até agora era um tema controverso por causa da falta de dados cronológicos precisos. Devido a ela, pesquisadores e a prefeitura de Curitiba estão discutindo a forma mais adequada de preservar a formação para garantir a continuidade das pesquisas.

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