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 | Lucas Sarzi/Tribuna do Paraná
| Foto: Lucas Sarzi/Tribuna do Paraná

Mesmo com as promessas do Instituto de Identificação do Paraná de melhorar o sistema de agendamento para a emissão da carteira de identidade, centenas de curitibanos tiveram que dormir na fila de mais um Mutirão da Cidadania nesta sexta-feira (23) para tentar conseguir fazer o mais básico dos documentos brasileiros. Nesta manhã, no segundo dia do mutirão realizado na Rua da Cidadania do bairro Fazendinha, em Curitiba, a fila dava volta e foi preciso muita paciência para tentar conseguir fazer o RG.

Para garantir a uma das 400 senhas distribuídas para o dia, muita gente decidiu encarar a queda nas temperaturas desse início de outono e passou a noite na Rua da Cidadania. É o caso de Ataíde Silva, que chegou à fila às 23h de quinta-feira (22) e que ainda aguardava atendimento na manhã de sexta. “É frustrante. É um direito do povo ter a identidade, mas você não consegue fazer por descaso”, reclama. “Pelo site você não consegue agendar. E como não tem como fazer, acaba tendo que vir aqui”.

Veja também: Desespero por novo RG faz curitibanos esperarem 17h na fila em mutirão

E chegar cedo não apenas uma questão de ansiedade, mas a única alternativa para quem realmente precisa do RG. Embora o atendimento no Mutirão da Cidadania comece somente às 9h, quem deixa para ir até o local em cima da hora corre o risco de ficar sem atendimento. Nivia Alcira, por exemplo, foi à Rua da Cidadania por volta desse horário e era uma das últimas da fila que já dava volta no espaço. Ele tenta tirar a segunda via da sua identidade e fazer também uma para seu filho, que ainda não possui o RG. “Tem instituição que não aceita minha identidade, então tenho que fazer uma nova. Já tentei agendar, mas não consegui”, diz.

De acordo com o administrador regionais da regional Portão/Fazendinha, Gerson Cunha, o RG é realmente o serviço mais procurado no mutirão entre os mais de 200 oferecidos pela prefeitura e governo do estado. No entanto, ele destaca que o atendimento no local é feito também ao longo de todo o ano. “Nós temos um posto do Instituto de Identificação aqui na Rua da Cidadania do Fazendinha há muito tempo e, em dias normais, quando não tem o mutirão, são feitas de 30 a 40 carteiras de identidade”, afirma. O problema é que, para realizar esse atendimento, é preciso fazer o agendamento pelo site do IIPR, o que nem todo mundo consegue.

Ainda assim, Cunha destaca que quem for à Rua da Cidadania tirar o RG durante o mutirão precisa estar atento aos documentos necessários. “Quem tem a identidade antiga e quer fazer uma nova, não adianta trazer a velha. Tem que trazer a certidão de nascimento ou a certidão de casamento — e eles precisam estar legíveis”, afirma.

Nesta sexta-feira, foram distribuídas 400 senhas e mais 400 na quinta. Já para este sábado, último dia do mutirão, serão realizados mais 300 atendimentos.

Problema antigo

A luta para conseguir o RG é algo que se estende por anos e que se tornou evidente com a realização dos Mutirões da Cidadania, em que pessoas passaram horas para conseguir o documento. Na última edição, realizada no início de março, algumas pessoas chegaram a ficar mais de 17h na fila.

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