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Muitos estabelecimentos do Ahú, próximos  à Justiça Federal, não vão abrir na quarta | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Muitos estabelecimentos do Ahú, próximos à Justiça Federal, não vão abrir na quarta| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Comerciantes no entorno do prédio da Justiça Federal em Curitiba, no bairro Ahú – onde o ex-presidente Lula vai prestar depoimento nesta quarta-feira (10) – devem manter as portas fechadas até a dissolução do esquema de segurança planejado para o local. Eles acreditam que não vai valer a pena manter funcionários na ativa por causa do acesso de clientes às imediações, que será restrito no dia.

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Três academias próximas ao prédio da Justiça Federal, na Avenida Anita Garibaldi, já decidiram que não terão expediente na quarta-feira. É o mesmo caminho que Carlos Antonio Teitge, de 44 anos, deve tomar em relação à papelaria que mantém na região. “Acho que vamos ser obrigados a fechar. Não é a nossa vontade, mas não vai ter circulação de ninguém que não seja morador, então não tem porque manter aberto”, disse o dono, que prevê, em caso de fechamento temporário, uma queda de R$ 500 no caixa.

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Karine Becker, de 21 anos, é atendente de uma loja de produtos naturais no perímetro que será congelado durante o depoimento do ex-presidente. Ela contou que os donos do estabelecimento ainda vão decidir se manterão ou não as portas abertas na quarta-feira, depois de três feriados diretos que já impactaram nas contas do mês.

Segundo a jovem, a repercussão sobre as restrições do esquema de segurança que será montado já fez com que clientes se antecipassem e criassem, ainda na semana passada, mini estoques com os produtos da loja em casa. “Vários clientes disseram que nem vêm aqui nessa semana, por isso aproveitaram para comprar mais”, afirmou Karine.

Em um empório que também fica na Avenida Anita Garibaldi as atividades no dia serão suspensas. “Já estávamos com a ideia, mas depois que a polícia passou por aqui para orientar, decidimos que não vai mesmo valer a pena abrir”, comentou a atendente Rafaela Angela da Silva, de 20 anos.

Funcionários de um condomínio empresarial praticamente colado à Justiça Federal informaram que o prédio ficará aberto normalmente na quarta-feira, já que várias empresas usam o espaço. Mas, para garantir a segurança dos clientes, a segurança no entorno do imóvel será reforçada, com faixas de isolamento e colocação de tapumes.

Lucro

Enquanto a restrição de acesso de pessoas deixa a maior parte dos comerciantes da região cabisbaixos, Elenice Accordi, de 56 anos, ri à toa ao pensar que sua margem de lucro deve crescer na quarta-feira. Ela é dona de uma banca a poucos passos da Justiça Federal e, prevenida, aumentou em cerca de 20% o estoque de doces, águas e refrigerante. “Esses seguranças, cada vez que tem esses esquemas, sempre vêm comprar coisas aqui. Vendo bem minhas águas, meus refrigerantes”, disse.

O bloqueio nas ruas do entorno do prédio da Justiça Federal será tanto para pedestres como para veículos. Assim como na Copa do Mundo, dentro do perímetro feito pela Polícia Militar, só será permitida a circulação de moradores e profissionais de imprensa previamente cadastrados.

O cadastramento, que vem sendo feito pela PM desde sábado (6) e acaba às 18 horas desta segunda, deve somar duas mil pessoas.

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