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Vagas na Rua Dr. Faivre são o principal motivo da disputa entre os guardadores de carros no entorno da retiroia da UFPR. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Vagas na Rua Dr. Faivre são o principal motivo da disputa entre os guardadores de carros no entorno da retiroia da UFPR.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Estacionar nas ruas em volta da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no Centro de Curitiba, se tornou tarefa perigosa - especialmente nas ruas Dr. Faivre e General Carneiro. O motivo é a disputa entre guardadores de carro na região, o que gera brigas violentas, com ameaças e até tiros.

“Volta e meia tem discussão entre os guardadores de carro aqui. E isso é o mais tranquilo que acontece entre eles”, conta o dono de um comércio vizinho à Reitoria que, por segurança, prefere não se identificar. O comerciante explica que há cerca de dois meses houve uma briga entre os flanelinhas que deixou um homem com o rosto totalmente ensanguentado. Há pouco mais de um mês, outra briga chegou a ter tiros na Dr. Faivre. A tensão, segundo ele, é constante.

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“Estava na minha loja quando ouvi uma gritaria e dois tiros foram dados. Não sabemos se houve algum ferido, porque logo em seguida todo mundo desapareceu”, relata o comerciante. Uma viatura da Polícia Militar (PM) chegou a fazer ronda no local na sequência, mas já não havia mais ninguém por ali.

A dona de outro comércio, que também prefere não se identificar, acompanhou a situação. “Às vezes alguns flanelinhas vêm pedir um copo de água aqui. No dia desses tiros um deles me contou que tinha sido uma briga por território”, esclarece a comerciante.

O número de brigas tem crescido no entorno da Reitoria proporcionalmente ao número de moradores de rua, atestam comerciantes e vizinhos. A quantidade de pessoas atuando como guardador de carro na região tem aumentado há cerca de um ano. “Antes era só um senhorzinho que ficava por aqui. Ele estava aqui há anos. Hoje, chega a ter cinco ao mesmo tempo”, explica outro comerciante.

O proprietário de uma loja afirma que chegou a deixar de vender folhinhas de Estar - o serviço regulamentado de vagas - para evitar conflitos com os flanelinhas, que também vendem os bilhetes.

Quem estaciona na Dr. Faivre conta que a situação traz muita insegurança: “É horrível. Eles são muitos e ficam olhando de um jeito ameaçador, praticamente te obrigam a dar dinheiro”, conta a estudante Iara Bauer, que acompanha o namorado na Reitoria três vezes por semana. Outra reclamação da estudante é de que os flanelinhas urinam em várias paredes, deixando um “cheiro insuportável”.

Já a vendedora de outra loja explica que muitos dos guardadores consomem drogas, principalmente cheiram tíner. “É claro que existem os mais tranquilos, mas eles acabam perdendo espaço para aqueles que apelam para a violência”, esclarece.

Policiamento e denúncias

A PM explica que o policiamento é feito na região central da cidade, com a presença de viaturas da Radiopatrulha (RPA), da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) e da Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (ROCAM) do 12.º Batalhão de Polícia Militar.

A atividade de guardador de carro não caracteriza crime. Em casos de delitos e crimes, entretanto, a orientação da Polícia Militar é de que a população colabore repassando informações de pessoas suspeitas e de veículos que estejam rondando a região pelo telefone 181. Não é necessário se identificar, preservando o anonimato. Já em casos de emergência, a PM instrui que deve ser usado o número 190.

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