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Mecânicos levaram três horas para tirar ônibus entalado: acidentes como esse são constantes no cruzamento das ruas Lívio Moreira com Nilo Peçanha, no São Lourenço. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Mecânicos levaram três horas para tirar ônibus entalado: acidentes como esse são constantes no cruzamento das ruas Lívio Moreira com Nilo Peçanha, no São Lourenço.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Cenas como a do ônibus que ficou entalado semana passada não são novidade para os vizinhos do cruzamento das ruas Lívio Moreira com Nilo Peçanha, no bairro São Lourenço, em Curitiba. Os acidentes são causados pela falta de sinalização para que os motoristas reduzam a velocidade, já que a Lívio Moreira é extremamente íngreme e forma um ângulo de difícil acesso ao chegar na Nilo Peçanha. No acidente da semana passada, o ônibus da linha Santa Felicidade/Santa Cândida, que estava sendo recolhido, ficou com a frente presa contra o asfalto e as rodas dianteiras suspensas por mais de três horas. Os mecânicos da empresa proprietária do veículo tiveram muita dificuldade em retirá-lo.

Os 29 arranhões no asfalto da Lívio Moreira e mais 30 bem no cruzamento com Nilo Peçanha, alguns com profundidade maior do que um dedo e causados por veículos de grande porte, demonstram que há falha no ângulo de inclinação da via.

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O aposentado Antônio Lobo, 62 anos, afirma que se preocupa a cada veículo de grande porte que se aproxima da esquina. Morador há 37 anos na Rua Lívio Moreira, ele diz que quando percebe um caminhão ou ônibus se aproximando já pensa no pior e tenta avisá-los a voltar. “Chego a sair no portão e pedir para o motorista ir dando a ré e fazendo a volta para não se complicar”, enfatiza Logo.

De acordo com as contas do aposentado, pelo menos 40 acidentes semelhantes, com carros entalados no cruzamento, já aconteceram ali desde que ele mora na rua. “No mínimo, eles travam a traseira e não conseguem sair. Quando essa rua era de terra, ainda tinha o problema de atolamento. E, quando vieram fazer o asfalto, eu avisei que tinha ficado muito inclinado”, explica.

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A advogada Raquel Bandeira, 28 anos, também já testemunhou muitos acidentes semelhantes ao do ônibus nos dez anos em que mora na Lívio Moreira. Ela aponta, inclusive, outros problemas que surgiram a partir do funcionamento do binário da Nilo Peçanha com a Mateus Leme, em novembro de 2017. “Os carros que vêm da Nilo e dobram a esquina têm dificuldade na subida e diminuem a velocidade. Com o aumento do movimento por causa do binário, a rua, que já era complicada, ficou perigosa, principalmente porque os motoristas desavisados não sabem que a descida é muito íngreme. O sentido único da Nilo Peçanha até facilitou a nossa saída, mas tem que se cuidar”, alerta.

A descida da rua é difícil de fazer até mesmo a pé. É preciso segurar o corpo para não cair ladeira abaixo. Em 15 minutos de observação na rua, a reportagem da Gazeta percebeu que carros e motocicletas também patinam na subida e na descida - problema que se agrava em veículos pesados, como ônibus e caminhões. Os veículos chegam a cantar pneus para frear em cima do cruzamento.

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Não há placas de sinalização no local que indique a necessidade de reduzir a velocidade e nem alertando para o declive da rua. Também foi possível perceber um aumento no fluxo de veículos a partir das 15h30. O horário de pico, segundo os moradores, é entre 17h30 e 18h45.

Vistoria

Sobre a falta de sinalização para a rua íngreme, a prefeitura de Curitiba se limitou a informar que iria enviar uma equipe de engenharia de tráfego da Superintendência de Trânsito (Setran) até o cruzamento para verificar se há necessidade de reforço na sinalização.

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