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| Foto: Marco Charneski/Tribuna do Parana

Casos da doença mão-pé-boca têm sido registrados nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Curitiba e de cidades da Região Metropolitana e preocupam, principalmente, as famílias que possuem crianças com idades entre 0 e 5 anos, faixa etária em que o aparecimento dos sintomas são mais comuns. Com a crescente confirmação de novos casos, mesmo que isolados, as prefeituras vêm realizando ações preventivas de saúde nessas unidades educacionais para evitar um possível surto. A reportagem da Gazeta do Povo conversou com a Secretaria de Estado da Saúde e com as prefeituras de oito cidades da região para saber como está a situação da doença em cada município. Confira abaixo as respostas de Curitiba, Colombo, Fazenda Rio Grande, São José dos Pinhais, Almirante Tamandaré, Araucária , Mandirituba e Pinhais sobre a questão.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa), mesmo com o número crescente de casos, dados oficiais ainda não foram levantados. “Essa doença não passa por um sistema de notificação obrigatório por não se tratar de uma patologia que levante esse interesse. Trata-se de uma virose sazonal e as informações levantadas até agora têm vindo das próprias regionais que nos procuram em busca de orientação. A partir disso, nós registramos esses casos e passamos a monitorar os municípios”, explica Renato Lopes, chefe da Divisão de Doenças Transmissíveis da Sesa.

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Segundo Lopes, a doença costuma acontecer com mais frequência nesse período do ano por causa da fácil adaptação do vírus ao calor. Ele afirma que registros já aconteceram em creches de cidades da Região Metropolitana, como Colombo e Mandirituba e em cidades do interior do estado como Ponta Grossa, Ivaiporã, Lunardelli, Pato Branco, entre outras. “Com certeza mais cidades registrarão casos da doença”, afirma.

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Apesar de não compor o rol de epidemias graves, a síndrome mão-pé-boca exige cuidados. De acordo com Renato Lopes, da Sesa, em raras situações a patologia pode evoluir para infecções como miocardites, encefalites e meningites. “Por isso alertamos os pais a procurarem atendimento médico diante de qualquer suspeita da doença. Depois, recomenda-se que atentem para o repouso e hidratação adequados dos filhos, bem como cuidados com a higiene tanto pessoal quanto dos utensílios e objetos das crianças. Devidamente tratada e, respeitando-se o período de isolamento, a patologia não costuma se agravar e melhora sem mais complicações”, esclarece.

Veja as respostas das prefeituras:

Curitiba

Em Curitiba, embora sejam poucos, focos da mão-pé-boca já surgiram em creches públicas e privadas de bairros como Santa Felicidade, Santa Quitéria, Boqueirão, Bairro Alto e Boa Vista. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (SMS), os casos são pontuais e já são devidamente monitorados. “Não temos um aumento expressivo do número de registros na capital mas, mesmo assim, nós amplificamos a vigilância e também a orientação sobre a questão”, afirma Alcides Oliveira, diretor do Centro de Epidemiologia da secretaria.

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Colombo

Em Colombo, após a Gazeta do Povo divulgar os primeiros casos no CMEI Tia Glória, a Vigilância Epidemiológica do município passou a fazer vistoria em 88 unidades escolares - entre CMEIs e escolas municipais. Além das vistorias, a prefeitura informou que já orientou os profissionais CMEI Tia Glória, bem como os pais dos alunos a “levarem os pequenos ao médico; principalmente, para evitar o risco de contágio, visto que a enfermidade se dá através da contaminação por um vírus – podendo ser confundido com um resfriado”, informou a prefeitura, por meio de nota.

A prefeitura de Colombo também destacou que “o controle e as boas práticas de higiene, que são habituais, nesse momento estão sendo intensificadas pelos servidores das unidades escolares para conter a transmissão. Por exemplo: manter o ambiente arejado, não compartilhar objetos de uso pessoal, além de sempre higienizar bem as mãos e objetos (brinquedos que são de uso coletivo)”.

Fazenda Rio Grande

Segundo Ednelson Sobral, secretário municipal de Educação de Fazenda Rio Grande, sete casos da mão-pé-boca foram confirmados no município e há medidas em andamento para evitar o contágio de outras crianças. “A Secretaria de Educação orientou os profissionais para dobrarem a atenção com os hábitos de higiene e para avisarem imediatamente os pais em caso de suspeita em alguma criança. Apesar da doença não ser grave e se curar praticamente sozinha, não queremos que surjam outros casos”, disse o secretário.

Ainda segundo Sobral, a doença mão-pé-boca está controlada em Fazenda Rio Grande. “São apenas sete casos em um universo de quase 1,4 mil crianças atendidas nos onze CMEIs da cidade. Mas nós seguimos atentos, principalmente depois de tomarmos conhecimento pela mídia de que outros municípios apresentaram um número grande de casos confirmados”.

Por outro lado, Nelceli Garcia, diretora de Vigilância em Saúde, disse que ainda não estão programadas vistorias nas unidades educacionais. “Estamos participando da campanha nacional da Hanseníase, por isso ainda não nos programamos para as vistorias relacionadas à mão-pé-boca. Planejamos fazer uma varredura nas creches, mas por enquanto a orientação é para que as suspeitas sejam encaminhadas ao médico”.

São José dos Pinhais

Por meio das secretaria de Educação e de Saúde, a prefeitura de São José dos Pinhais informou que foram registradas, até o momento, ocorrências da doença mão-pé-boca em cinco CMEIs, totalizando dez casos. Por nota, a prefeitura explicou que Secretaria de Educação está trabalhando diretamente com os profissionais do Departamento de Promoção e Vigilância em Saúde, por meio da Divisão de Epidemiologia, para evitar outros casos.

“As orientações e ações são para que os diretores dos CMEIs façam o informe de cada caso em sua Unidade de Saúde referência, além de intensificar medidas no cotidiano educacional como higienização, ventilação e hidratação das crianças; aos profissionais da Saúde cabe, além do acompanhamento e tratamento dos casos, a intensificação no monitoramento da referida doença”, explicou o município, por meio de nota.

Almirante Tamandaré

Por meio da assessoria de imprensa, o município informou que não há nenhum caso de mão-pé-boca confirmado em Almirante Tamandaré. Mas que todas as unidades de saúde do município estão devidamente orientadas sobre o problema. Ao todo, o município possui vinte CMEIs, que atendem cerca de 2,6 mil alunos.

Araucária

A Secretaria Municipal de Saúde de Araucária informou que não há casos de mão-pé-boca confirmados e que os casos tratados como suspeita estão sendo analisados. À reportagem da Gazeta do Povo, a assessoria de imprensa explicou que a medida de prevenção adotada nas unidades educacionais, até o momento, é chamar os pais e pedir para que eles levem as crianças ao médico a qualquer sinal de doença, incluindo a mão-pé-boca. Ainda segundo a assessoria, esse é um trabalho constante em Araucária, por isso não há um alerta ou algo que justifique pânico.

Araucária possui trinta e oito CMEIs e atende cerca de 5,5 mil alunos.

Mandirituba

Como noticiou a Gazeta do Povo, após a confirmação de 90 casos da doença mão-pé-boca em crianças dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Mandirituba, a prefeitura adotou medidas para evitar um surto da doença no município. Um alerta foi enviado aos pais das crianças e aos funcionários das instituições, para que reforcem os cuidados relacionados à higiene das crianças . Além disso, a Vigilância Sanitária está realizando vistorias nas unidades educacionais e a prefeitura mantém um médico pediatra de plantão para dar atendimento especial aos casos da doença.

Ao todo, 453 crianças de zero a três anos estão matriculadas nos cinco CMEIs de Mandirituba.

Pinhais

Em Pinhais, foram registrados casos da doença, mas o número desses casos não foi informado. Em nota, a prefeitura explicou que “a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) está acompanhando esta situação e realizando orientações junto às unidades de ensino, tanto públicas quanto particulares. As orientações são dadas especialmente sobre sintomatologia da doença, transmissão e medidas de prevenção. A Semsa está ainda monitorando o surgimento de novos casos e entrando em contato com cada unidade para orientações sempre que necessário”.

Ao todo, Pinhais possui 21 CMEIs. O número de alunos matriculados não foi informado.

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