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| Foto: Ag. Pará/Divulgação

Depois do surto de dengue registrado em Paranaguá em 2016, a cidade do Litoral do estado pode estar prestes a registrar uma nova crise da doença neste verão.Levantamento feito pela UFPR e pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgado nesta sexta-feira (15) revelou um aumento expressivo na quantidade de criadouros do Aedes aegypti no município, o que indica uma nova infestação pelo mosquito. Para tentar reduzir os focos e evitar uma nova tragédia, a cidade fará um mutirão intensivo a partir da próxima semana com reforço do Exército e da Capitania dos Portos

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No monitoramento, equipes da universidade instalaram armadilhas por vários bairros de Paranaguá. Entre os meses de novembro e dezembro, houve um alastramento de armadilhas positivas, ou seja, onde foi detectada a presença de ovos do Aedes. De uma média de dois mil ovos encontrados por mês, a última semana teve cerca de 12 mil ovos detectados, afirmou o professor do departamento de Zoologia da UFPR, Mario Navarro, em entrevista ao telejornal PR TV 1ª edição desta sexta. Entre 7 e 11 de novembro, ovos foram encontrados em 58% das 331 armadilhas instaladas.

“Foi verificada a atividade de fêmeas adultas do mosquito em praticamente toda a área urbana de Paranaguá. Esse é o resultado das condições climáticas favoráveis com a existência de locais que permitem o desenvolvimento das larvas”, acrescentou o professor à Agência Estadual de Notícias.

Urgência

Desde a última segunda-feira (11), a prefeitura de Paranaguá e a Sesa começaram a aplicação de fumacê em todo o município como medida urgente para auxiliar no combate ao vetor. Na próxima semana, durante quatro dias, uma equipe reforçada por pessoal do Porto de Paranaguá, Capitania dos Portos e Exército sairá em caminhada pela cidade para ajudar na eliminação dos focos. Os agentes passarão por um treinamento na segunda-feira (18) e até sexta (22) passarão por todos os bairros da cidade.

No ano passado, Paranaguá foi responsável por praticamente metade das mortes por dengue no estado. Foram 29 pessoas infectadas que não resistiram às consequências da doença.

Mesmo assim, o caos não ajudou a fazer de 2017 um ano mais tranquilo. Ao menos não por enquanto. Paulo de Oliveira, secretário Municipal de Saúde e Prevenção, admite que existem condições para um novo surto, porém ressalta que a própria população é que contribuiu para uma nova chegada de verão mais tensa. A prefeitura estima que, hoje, 80% das casas de Paranaguá tenham foco do mosquito.

“As pessoas se esqueceram do quão crítico foi esse episódio e a gente notou que eles ainda fazer do Aedes animal de estimação”, apontou o secretário, que classifica a situação como descaso. “Existe um certo descaso da população em torno da preocupação com esse tema. Eles se acomodaram de tal forma que eles ligam e perguntam quando é que os agentes vão voltar lá para limpar o quintal. É um absurdo”, analisa.

De acordo com a prefeitura de Paranaguá, desde janeiro, há mutirões semanais na cidade para eliminar o mosquito ainda na fase dos ovos. A secretaria de Saúde e Prevenção defende também que ao longo de 2017 foram feitos três testes seletivos para ampliar de 9 para 33 as equipes de medicina de família, consideradas importantes para reforçar o atendimento em casos de surto.

Boletim da Sesa mostra que entre, a primeira semana de agosto e o dia 11 de dezembro, Paranaguá já somava 482 casos de dengue suspeitos, mas nenhum havia sido confirmado até então. De municípios com casos confirmados no período, os com maiores números Maringá (90), Foz do Iguaçu (31), e Cambé (15).

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