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 | Silvio Lopes/Projeto Yoga no Parque/Divulgação
| Foto: Silvio Lopes/Projeto Yoga no Parque/Divulgação

Um grupo que se reúne há mais de quatro anos para praticar ioga no Jardim Botânico, em Curitiba, foi proibido de fazer as aulas programadas para a manhã deste sábado (21). Eles saíram do espaço escoltados pela Guarda Municipal – acionada pela administração do Jardim Botânico sob a alegação de que os praticantes estavam prejudicando o gramado do parque. Exatamente no local onde o grupo se reúne, uma tenda está sendo montada para receber um concerto público neste domingo (22).

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Segundo os organizadores, a confusão começou pouco das 9h. Ao ver que o ponto de encontro estava ocupado pela montagem da estrutura do evento deste domingo, uma das professoras decidiu seguir com a turma de cerca de 100 pessoas para um local próximo. No entanto, ela foi abordada pela administradora do Jardim Botânico que impediu que eles continuassem a aula no espaço. 

“Nem os guardas entenderam o que estava acontecendo”

“Quando a professora chegou, já estava rolando um estresse. Então eles decidiram ir um pouco mais para cima porque acontece bastante de a gente chegar ali e ter um ou outro evento. Mas nisso apareceu essa mulher, que é da administração, dizendo que a gente não poderia mais fazer aula ali. E já foi chamando a Guarda [Municipal]. Quando os guardas chegaram, nem eles entenderam o que estava acontecendo”, relata Silvio Lopes, responsável pela implantação do projeto que oferece aulas gratuitas de ioga desde 2014 no Jardim Botânico. 

De acordo com Lopes, a administração do parque afirmou que já tinha tentado entrar em contato com o grupo para avisá-los da proibição, mas os organizadores contestam ter recebido qualquer advertência ou alerta por parte da prefeitura – até mesmo sobre qualquer estrago que eventualmente o grupo estivesse provocando. “Sempre temos o maior cuidado com tudo ali. Inclusive, quando as aulas acabam, um professor sempre fica por último para ver se ficou tudo certo”, afirma Lopes. 

Lei municipal de 2015 estabelece diversas regras para o uso do espaço. A lista, que não é pequena, veta atividades como andar de bicicleta, patins ou patinetes, jogar futebol e até mesmo passear com cachorros, por exemplo. O documento também estipula as medidas punitivas para quem descumprir as normas, que vão de abordagem verbal à aplicação de multas, cujo valor varia de acordo com o ato praticado.

Em nota, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) reafirmou que o Jardim Botânico não é um parque, mas, sim, um jardim e que o Yoga no Parque não tem permissão para realizar a atividade na área onde sempre estão “por ser um local com plantas raras, ameaçadas de extinção”. A prefeitura informou, também, que o evento de domingo (22) tem permissão formal para ser realizado e está montado em uma área do jardim que permite esta ocupação.

Projeto Yoga no Parque/Divulgação

Prefeitura diz que velódromo foi oferecido para os praticantes de ioga

Ainda segundo a prefeitura, foi oferecido à organização dos praticantes de ioga a possibilidade de realizar a atividade no Velódromo, que fica anexo ao Jardim Botânico. No ano passado, o espaço ganhou cara nova depois de a Gazeta do Povo apontar uma série de problemas que incomodava a comunidade, entre eles o consumo de drogas e a falta de manutenção. Segundo a prefeitura, os organizadores do Yoga no Parque podem entrar em contato com a Secretaria do Meio Ambiente, solicitando a realização da atividade, que será indicado local adequado para que aconteça.

Contudo, as irregularidades do terreno e outros problemas constatados não agradaram os praticantes da ioga. “Ali tem muita gente que passeia com cachorro, então tem cheiro muito forte de xixi. Além disso, o terreno é todo irregular. Sem contar que na hora da aula tinha um grupo de maracatu tocando lá”, disse Lopes. “Não vamos abrir mão. A gente entende que pode ocupar espaços públicos até porque o que fazemos é gratuito, um projeto que reúne muita gente e que não tem nada de comercial.”

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