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Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo/Arquivo | Marcelo Elias/Gazeta do Povo/Arquivo
Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo/Arquivo| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo/Arquivo

Não bastassem as poucas vagas para o atendimento, o número grande de ausências no agendamento para emissão da carteira de identidade vem causando transtornos em Curitiba. Quem procura o serviço de agendamento para fazer ou refazer o Registro Geral (RG) enfrenta problemas com a falta de horários e informações. Desde que começou o serviço de agendamento pela internet, em 2012, as queixas são praticamente constantes. São 800 vagas distribuídas por dia entre oito postos do Instituto de Identificação (IR), espalhados pela capital.

O sistema, hospedado no site do Instituto de Identificação, começa a operar às 9 horas. Mas em poucos minutos as vagas se esgotam. Maurício Lopes, vice-diretor do IR, reconhece o problema e orienta a população a ficar atenta ao horário em que vai agendar o atendimento no site. “Tem dias que em 15 minutos as vagas se esgotam. Mas termina muito rápido porque a procura é grande. A orientação é de que a pessoa entre no site perto das 9 horas para garantir sua vaga”, afirma.

O aposentado Celso Oliveira revela que foi alertado por seu filho sobre a questão, e que foi ajudado por ele para fazer o agendamento. “Foi meu filho que me falou que precisava entrar no site as 9 horas, porque tinha visto na TV. Se você não sabe o que precisa fazer, como pode fazer alguma coisa”, relatou quando deixava o posto central do Instituto de Identificação, na Rua José Loureiro, no centro de Curitiba. Apesar da marcação, Oliveira teve atendimento prioritário por ser idoso.

A falta de informação sobre a necessidade do agendamento online é uma reclamação comum. Para a garçonete Sandra Maiosky, as muitas seções do site do IR acabam por confundir o cidadão. “Perdi o almoço aqui. Não sabia que precisava agendar. Acho que deveria ter as informações em um lugar só, não dividido como é”. Sandra conta que chegou a entrar no site, checou os documentos necessários e os locais de atendimento, mas não entrou na parte do ‘Agendamento Online’ porque achou que era uma forma alternativa de se emitir o documento. “Você entra e procura o lugar para fazer e os documentos. Pelo menos eu fiz isso. Vi essa parte lá, mas achei que era para fazer pela internet. Se fosse tudo em um lugar só, não teria erro”, revelou.

Casos especiais

Segundo o diretor, há casos especiais que dispensam o agendamento. Cidadãos considerados de atendimento prioritário (pessoas com deficiência, idosos a partir de 60 anos, gestantes, lactantes e pessoas acompanhadas por crianças de colo) não precisam do processo. Quem necessita do documento por motivo especial, desde que comprovado, também será atendido sem agendamento. “Se a pessoa tem urgência do documento por alguma necessidade de tratamento de saúde, comprova no posto do Instituto e será atendida. Mas é importante frisar, é preciso fazer essa comprovação com documentos”, destacou.

Com um problema nas costas, a agente educacional Paola Fernandes está afastada do emprego e perdeu a tarde para vir até o posto de atendimento central. Mas sem saber do agendamento e nem que poderia fazer o documento sem marcação graças à sua condição de saúde, a educadora acabou frustrada em sua tentativa de fazer a segunda via do RG. “A gente não sabia que tinha que agendar. Achava que era só chegar aqui para fazer. Mas essa de poder fazer sem agendamento a gente não tinha, senão tinha trazido o laudo do INSS”. Sua filha, a estudante Francislaine Fernandes, diz que pesquisou antes de trazer a mãe ao centro, e não conseguiu as informações que precisava. “Não tem isso em lugar nenhum”, ressaltou, sobre a exceção para o estado de saúde.

Ausências

Mesmo admitindo as poucas vagas, Lopes enfatiza que o grande volume de pessoas que não comparecem nos horários agendados também prejudica o atendimento. Segundo o Instituto de Identificação, as pessoas não comparecem em 30% dos agendamentos - uma média de 240 atendimentos diários que não são feitos e que se fossem cancelados poderiam atender outras pessoas. “Se não puder ir, é importante que a pessoa cancele, porque a vaga volta para o sistema automaticamente”, ressalta Lopes.

O modelo, que vem passando por melhorias ao longo dos anos, deve passar por nova ampliação, conforme garante Lopes. “Já está em estudo pela Sesp [Secretaria de Segurança Pública] a ampliação do sistema. Estamos também desenvolvendo um projeto de terceirização para aumentar as vagas diárias e ampliar o atendimento à população”, concluiu.

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