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Cerejeiras de Curitiba vivem menos por causa  do estresse climático | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Cerejeiras de Curitiba vivem menos por causa do estresse climático| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Quem visita o Jardim Botânico de Curitiba neste inverno nota que o cenário da trilha inicial do parque está menos exuberante. Geralmente floridas na estação, várias cerejeiras que encantam turistas e curitibanos estão secas. Mesmo parecendo sem vida, porém, essas árvores ainda estão ativas, apesar de já estarem iniciando um processo de preparação para a morte. É o que explica José Tadeu Motta, biólogo responsável pelo parque.

Confira imagens das cerejeiras sem flor no Jardim Botânico

“Cerca de 25% das cerejeiras do parque não floriram este ano. Elas deixam de fazer isso quando chegam a uma idade avançada, para não se desgastarem”, esclarece Motta. Ainda assim, não se pode dizer que os exemplares estão com os dias contados, já que produziram folhas em outras estações.

Com aproximadamente 35 anos de idade, as cerejeiras do Botânico têm um tempo de vida menor do que o normal para a espécie, que seria de cerca de 60 anos. “Aqui no Brasil, as cerejeiras duram menos porque sofrem estresse com a diferença climática do seu local de origem, que é o Japão”, explica o biólogo.

A ausência das flores foi sentida pelos frequentadores do parque, acostumados com as flores rosadas. “Eu frequento o Jardim Botânico todos os fins de semana há 10 anos e, como neste inverno, várias delas não floriram, fiquei com a impressão de que estivessem morrendo”, observa o jornalista Heitor Hayashi, que costuma correr no parque. Para Hayashi, as cerejeiras têm um valor simbólico, além de tornarem o ambiente mais agradável. “Percebi que os turistas que visitam o parque não estão mais tirando aquela foto bem clássica com as cerejeiras de fundo”, acrescenta.

Veja fotos de cerejeiras em outros pontos de Curitiba

Substituídas

As árvores que não floriram no Jardim Botânico ainda devem continuar por lá ao longo dos próximos anos, segundo Motta. O biólogo ressalta que o processo de morte não indica nenhum problema com as condições do solo ou a presença de pragas.

Mesmo assim, o biólogo explica que, desde o ano passado, estão sendo plantadas novas mudas, que devem estar prontas para florescer dentro de dois ou três anos. “Lidar com as cerejeiras é um processo dinâmico. Precisamos estar sempre observando quais precisam ser substituídas. Mas a cerejeira é um símbolo do parque e iremos manter a espécie na região”, conclui.

Colaborou: Cecília Tümler

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