• Carregando...
Quem olhou para o horizonte logo de manhã viu a camada de poluição | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Quem olhou para o horizonte logo de manhã viu a camada de poluição| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Curitiba amanheceu novamente sob a cobertura de uma “nuvem de poluição” nesta quinta-feira (27), fruto de um fenômeno natural conhecido como inversão térmica. Esse processo ocorre quando o ar frio, mais denso, é impedido de circular por uma camada de ar quente, que é menos denso. Dessa forma, essa nuvem de sujeira fica impedida de se dispersar rapidamente.

“Normalmente temos uma camada de ar mais quente mais próxima do solo e o ar mais frio na superfície. Na inversão, ocorre exatamente o contrário. É um fenômeno típico do inverno, mas essa camada começa a se expandir conforme o ar aquece e logo depois dispersa”, explica o meteorologista Lizandro Jacobsen, do Simepar.

Corrobora esse fenômeno a sequência de dias secos, sem precipitações. Em Curitiba, a última chuva foi registrada no dia 17, ainda que pouco significativa. De acordo com o Simepar, os dados acumulados do mês registram apenas 7,8 mm – menos de 8% da média de julho, que gira em torno de 100 mm. É o mês mais seco na capital desde 2008, quando 26 mm foram registrados.

A inversão térmica também é um fenômeno típico de grandes áreas urbanas, como São Paulo, Rio de Janeiro, a Grande Belo Horizonte e municípios do Norte do Paraná. “Esse processo também está acontecendo em Maringá e Londrina, por exemplo. Nessas cidades, há problemas com as queimadas. Todos os dias há focos de incêndio, que se intensificam como fruto da temperatura muito alta. Isso gera mais ingredientes para ser acumulado nessas nuvens”, explica Jacobsen.

Fenômeno torna a poluição bem mais visível
Aniele Nascimento
Gazeta do Povo

As nuvens não acumulam apenas poluição, mas poeira e qualquer tipo de matéria que circula pelo ar. Esse acúmulo dentro do cenário de baixa umidade e amplitude térmica costuma gerar mais problemas respiratórios e irritação nos olhos.

Veranico

O veranico é o estágio em que há um bloqueio atmosférico marcado por um fluxo que traz para a superfície o ar seco de níveis mais elevados da atmosfera, o que inibe a formação de nuvens, direciona as frentes frias para o mar e resulta em dias de céu limpo. O período em que ocorre vai de maio até agosto, segundo o Simepar.

“Nós estamos perfeitamente dentro do veranico aqui em Curitiba, onde se experimentam todos esses fenômenos atmosféricos. O tempo seco traz grande amplitude térmica, com diferença significativa entre a máxima e a mínima, e baixa umidade do ar, que deve chegar a 30% nesta quinta-feira. Para Curitiba, é bem incomum”, destaca o meteorologista.

Nesta quarta-feira (26), Curitiba registrou 20° C de amplitude térmica e a expectativa para esta quinta (27) é de 19° C de variação, entre 7° C e 26° C.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]