Mais uma vez a chuva. A virada no tempo que fez os termômetros despencarem 10°C e o sol desaparecer no Litoral do Paraná espantou mais cedo os turistas que desceram a serra em busca a de praia e calor neste feriado de carnaval. A movimentação em direção à saída dos municípios litorâneos deveria ser mais alta só no fim da tarde desta terça-feira (13), mas desde o início da manhã já se via tráfego intenso em muitos caminhos de volta.
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A BR-277 sentido capital tinha, logo no começo da tarde, fluxo três vezes acima do normal. Além disso, hotéis e pousadas da região, que não chegaram a nem 50% de ocupação no feriado deste ano, já estão praticamente vazias. “O pouco de gente que veio já foi embora. O tempo virou, veio chuva, veio frio e o que eles vão ficar fazendo aqui se não dá praia?”, argumentou o presidente da Associação de Hotéis, Pousadas, Restaurantes e Bares do Litoral (Assindilitoral), Carlos Adalberto Freire.
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Para ele, a previsão inicial da Polícia Militar de 1,5 milhão de pessoas concentradas durante o carnaval nas praias do estado não se concretizou. “Veio muito pouca gente mesmo, um pouco por causa da chuva, mas por economia também. Esse ano nosso carnaval acabou bem mais cedo”, disse. A polícia afirmou que só vai divulgar a quantidade de pessoas nesta quarta-feira, depois do fim do feriado.
Boas lembranças
Com mais uma manhã chuvosa, a praia de Caiobá, em Matinhos, de nada lembrava o verão. Os que se arriscavam a dar um mergulho no mar corriam tão logo a chuva engrossava e o vento ganhava força. As areias estavam vazias, e pelo calçadão da orla ainda se acumulavam lixo e lamaçal do último grande festejo da cidade. Cenário de fim de festa.
Embaixo de um guarda-sol para se proteger dos pingos gelados, a porteira Joselia da Silva, de 63, conta que ter sido a primeira vez que viajou ao Litoral do Paraná e, embora tenha ficado pouco tempo, admite que voltar cheia de boas lembranças. Ela é do interior de São Paulo e viajou a convite da amiga, Meruly Chibinski, 64, que tem um apartamento na cidade. “É uma praia limpa, organizada e também me senti segura. Gostei daqui. Agora vamos ver se dá para voltar mais vezes”.
Mas nem tudo é elogio. Meruly diz que há vinte anos desce para aproveitar a praia de Matinhos e acredita que ainda falta muita estrutura para o município comportar os turistas mais confortavelmente. “É uma cidade turística, mas eu sinto que aqui o pessoal não está preparado para receber o turista. Você pede uma informação e é difícil achar alguém de boa vontade para te ajudar. Além disso, parece que aqui não muda. Faz vinte anos que venho e vinte anos que está a mesma coisa. Se chove, não tem mais nada para fazer e tem que ir embora mais cedo mesmo”, observa.
Para esta terça, o pico de movimento esperado na BR-277 entre o Litoral e Curitiba deverá ser entre 17h e 22h, com diminuição do número de veículos só depois da meia-noite. Já na quarta-feira, a previsão é que 1,5 mil veículos retornem a Curitiba entre 6h e 7h da manhã.
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