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Para  Antonio Espolador Neto, independência política é uma das conquistas da associação. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Para Antonio Espolador Neto, independência política é uma das conquistas da associação.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A Associação Comercial do Paraná (ACP) comemora nesta quarta-feira (1) 125 de existência à frente dos empresários do segmento no estado. Fundada no ano seguinte à proclamação da República por um grupo de empresários liderado pelo parnanguara Ildefonso Pereira Correia, mais conhecido como o Barão do Serro Azul, a entidade começou como sociedade anônima e se tornou uma das mais atuantes entidades representativas do Paraná. Hoje, são mais de 25 mil associados diretos e indiretos e sedes em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel. Na data, o empresário e atual presidente da ACP, Antonio Miguel Espolador Neto, fala sobre a relevância conquistada pela entidade no estado, o difícil momento que a economia atravessa e os desafios dos próximos anos.

Quais foram as conquistas da entidade ao longo destes 125 anos?

A primeira grande conquista foi em 1890, a coragem do Barão de Serro Azul e de alguns empresários de Curitiba ao criar a Associação Comercial do Paraná em um momento tão turbulento da economia. A ACP foi a primeira instituição do gênero no Paraná, está entre as cinco mais antigas do país e, desde a fundação, sua história está ligada não só ao empresariado, mas à sociedade como um todo. Nos últimos anos, temos observado o quanto a entidade é independente politicamente, outra importante conquista, o que a torna uma genuína representante da sociedade paranaense.

Como o senhor vê a importância desta representatividade em um segmento de tamanha amplitude?

Onde se tem uma concentração de pessoas unidas pelo mesmo objetivo, os resultados são muito mais positivos. Eu sou associado desde 1981 e, mesmo antes de fazer parte dos conselhos e da diretoria, sempre vi na ACP o diferencial de estar sendo representado. O comerciante sozinho não consegue resultados positivos em algumas demandas, principalmente junto ao governo. Quando você tem uma entidade como a nossa, as portas se abrem.

Que significado a entidade tem hoje para o comércio do estado?

O principal é a credibilidade conquistada ao longo dos anos. A ACP é muito participativa na sociedade, tem quase 27 mil sócios diretos e indiretos, o que nos traz uma grande responsabilidade. O que nos dá força é essa quantidade de associados. Além de representá-los institucionalmente, também oferecemos produtos e serviços de forma a diminuir custos e aumentar a rentabilidade, o que é um diferencial importante.

Qual é a responsabilidade de estar à frente da ACP durante esse momento de dificuldade no país?

Assumi a presidência num momento único. Já passamos por várias dificuldades, inflação, juros altos, queda de vendas, mas agora estamos vivendo tudo isso ao mesmo tempo, além da uma crise ética que tem atravancado a credibilidade de políticos e instituições. Isso tudo se soma à dificuldade financeira, pois a entidade precisa de receita para fazer o seu papel. Os desafios são grandes, mas com a ajuda dos vice-presidentes, dos conselhos e associados, vamos sair vencedores de novo.

Quais são os desafios do comércio paranaense para os próximos anos?

O primeiro é chegar a um ponto de equilíbrio. Estamos em uma perspectiva negativa, com as vendas caindo, os custos aumentaram em função dos impostos, a rentabilidade, que já era pequena, tende a diminuir. A única forma de evitar isso é aumentar preço e quem vai pagar a conta é o consumidor, ou seja, todos nós. Os principais desafios agora são manter o nível de emprego e o capital de giro das empresas. A criatividade é uma boa saída, mas acima de tudo temos que ficar atentos à realidade do mercado. Enquanto o governo aumenta impostos, nós precisamos reduzir despesas, melhorar a receita e, se não for possível, tentar equalizar para perder o mínimo.

Qual vem sendo a atuação da associação junto aos pequenos e micro empresários?

Cerca de 75% do nosso portfolio está no micro e pequeno empresário, é ele que precisa de mais ajuda e também da experiência dos grandes. Temos defendido o empresariado em questões pontuais com produtos e serviços, além da representatividade. Lançamos a nota fiscal do consumidor, estamos lançando um projeto nos bairros, temos parcerias para seguros, a ACP Celular, certificação digital, nota fiscal eletrônica, tudo isso para beneficiar o associado, por meio de uma negociação ampla com baixo custo.

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