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Fernando Macedo, da Spirit Animation: projeto foi comprado pela Disney após uma feira. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Fernando Macedo, da Spirit Animation: projeto foi comprado pela Disney após uma feira.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Entre um filme e outro produzido para a carteira de clientes, formada por grandes empresas nacionais, o publicitário Fernando Macedo, diretor de criação da Spirit Animation, deu vida a Juanito, um menino sujeito às tentações da comilança, representados por personagens como o vilão cachorro-quente ou o maquiavélico algodão-doce. Diante das ameaças à boa mesa, Juanito é defendido por Carlos, que representa sua consciência sobre alimentação saudável.

O projeto autoral é resultado do investimento próprio da Spirit Animation, estúdio de produção de filmes em 2D e 3D para o mercado publicitário, canais de internet e outras redes de distribuição de mídia promocional. Somente em soluções para chegar aos efeitos usados na animação foram aplicados R$ 100 mil. A primeira temporada da série, com 52 episódios, foi exibida para a América Latina pelo canal Disney XD e a Spirit agora fechou novo contrato para continuar a produção. Outros 13 canais estão em negociação e as aventuras de Carlos, em breve, deverão alcançar telespectadores de 60 países.

Carlos é o primeiro produto da Spirit que ganha escala mundial. Apaixonado por animação, Macedo investiu na formação para a área desde a época da universidade. Trancou o curso para uma especialização no Canadá e abriu a Spirit em 2005, logo depois de retornar ao país e encerrar a graduação em Publicidade.

Ao longo da carreira, visitas a feiras especializadas e contatos com grandes estúdios contribuíram para o aprimoramento das tecnologias usadas nos trabalhos que desenvolveu. O projeto Carlos chamou a atenção da Disney durante uma feira do segmento, em agosto de 2013. Durante um ano, Macedo trabalhou nas adaptações sugeridas pela distribuidora. Juanito precisou emagrecer, depois de ter sido desenhado mais gordinho. E a mensagem no final deveria reforçar a opção pela alimentação saudável. “Já tinha três filmes prontos, refizemos tudo”, conta.

Com a venda dos direitos de exibição da primeira temporada, Carlos rendeu R$ 1 milhão em patrocínios. O montante cobriu o investimento realizado até aqui. “O lucro da animação vem do licenciamento dos produtos e esse direito é da Spirit”, diz Macedo. Os contratos de exibição variam muito entre os canais negociados, dependendo das condições técnicas, horários e frequência. Também preveem períodos e locais determinados. Carlos é exibido ao longo da programação principal, em episódios de dois minutos.

Depois de ter sido criado nas horas vagas, a produção da animação acabou entrando na pauta de do estúdio. A equipe tem ainda outras dez séries em desenvolvimento, formatadas para diferentes públicos, do pré-escolar ao jovem, todas escritas por Macedo. Cada uma com um nível de exigência técnica diferente, que vai dos desenhos em papel, estudo de cores, texturização, montagem do esqueleto virtual, movimentação do personagem, animação, dublagem, trilha sonora, efeitos especiais, processamento de dados e adaptação de idiomas.

A produção de séries ainda não está consolidada como unidade de negócios da Spirit, mas faz parte da estratégia. Para isso, são feitos investimentos em profissionais e equipamentos para aprimorar a produção. “O ideal são três meses para finalizar um episódio. Para honrarmos o contrato, a entrega é de um filme a cada duas semanas”, diz.

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