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 Tribuna
| Foto: Denis Ferreira Neto / Tribuna

Quando descobriu que o Bamerindus ia à falência, em 1997, o Banco Central dividiu o banco em duas partes. A fatia “boa”, com ativos como agências bancárias e clientes, foi vendida ao britânico HSBC. A parte “ruim”, com débitos a serem sanados, virou uma massa falida, que ficou ativa por quase duas décadas. O tempo guardou uma ironia no processo de liquidação do banco paranaense: hoje, o pedaço ruim dá mais lucro do que o bom.

A massa falida do Bamerindus foi vendida ao BTG Pactual, aquisição que foi concluída em dezembro do ano passado por R$ 418 milhões. O BTG, do banqueiro André Esteves, mudou o nome da instituição para Banco Sistema e transferiu para ela sua área de crédito, aumentando o patrimônio do banco para R$ 5 bilhões. A ideia era utilizar os R$ 2 bilhões em créditos tributários que estavam na massa falida para elevar a rentabilidade de uma parte dos ativos do BTG.

A estratégia deu certo. No primeiro semestre deste ano, o Banco Sistema teve um lucro de R$ 488 milhões. Mais do que o dobro dos R$ 131 milhões do ano passado, quando ainda estava sob intervenção.

O resultado é de dar inveja à parte boa do Bamerindus. No primeiro semestre, o HSBC Brasil teve um lucro de R$ 31,8 milhões, contra perdas de R$ 16,2 milhões no mesmo período de 2014. É menos de 10% do que o BTG conseguiu com o Sistema no mesmo período.

Não por acaso, a matriz do HSBC decidiu vender a unidade brasileira, que foi arrematada pelo Bradesco no início de agosto por R$ 17,6 bilhões. A esperança da nova gestão é aumentar a rentabilidade dos ativos do HSBC, que ainda tem 851 agências e 5 milhões de clientes.

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