ANTT pedirá adiamento do leilão do trem-bala

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Rio de Janeiro - O presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, confirmou ontem que pedirá ao Ministério dos Transportes um adiamento do leilão do trem de alta velocidade ligando o Rio a São Paulo, previsto para o próximo dia 29. A estimativa do executivo é de que o leilão aconteça em julho.

Ao chegar para um debate no Clube de Engenharia, no centro do Rio, Bernardo Figueiredo disse que o adiamento atende ao pedido das empresas interessadas no projeto, que terá financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O pedido das empresas é para que o leilão seja adiado entre dois e seis meses, mas o presidente da ANTT avalia que o prazo deve ser ampliado em até 90 dias. Se a medida for aprovada, será a segunda vez que a licitação do trem-bala é adiada. O primeiro leilão estava previsto para dezembro de 2010. A decisão sobre o adiamento do leilão, no entanto, passará pelo crivo da presidente Dilma Rousseff. As empresas também querem menos conteúdo nacional no começo das obras e participação na escolha da empresa brasileira que receberá a tecnologia do trem-bala. Segundo Figueiredo, as regras preveem índices de conteúdo nacional de 30% a 100%. O porcentual cresce ao longo da construção. A proposta é reduzir a fatia exigida agora e elevar a meta futura. Um dos principais pontos para os estrangeiros, segundo Figueiredo, é a decisão da empresa nacional que receberá tecnologia, hoje a cargo do governo. Eles advogam o direito de interferir no processo para evitar a transferência de tecnologia para um competidor direto. Figueiredo listou interessados como Siemens, Alstom e Transrapid, além de empresas coreanas, japonesas e espanholas.

A ideia era de que a obra ficasse pronta para os Jogos Olímpicos de 2016, mas Figueiredo, reconheceu que isso dificilmente ocorrerá. Segundo ele, alguns trechos podem já estar concluídos até lá e a concessionária que estiver tocando o projeto poderá decidir operá-los antes da conclusão das obras no percurso total. Figueiredo acrescentou que o prazo limite para a construção do projeto é de seis anos e que a construção deve ser iniciada no segundo semestre de 2012.