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O brasileiro perdeu poder de barganha na negociação salarial. No primeiro semestre, o reajuste real médio – acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – obtido pelo trabalhador foi de 0,51%, de acordo com o balanço divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico (Dieese). O resultado apurado foi o mais baixo desde 2008, quando teve início a nova metodologia da pesquisa do instituto. No ano passado, o ganho dos trabalhadores havia sido de 1,46%.

O balanço do Dieese também mostrou que, nas 302 unidades de negociação pesquisadas, 68,5% dos acordos ficaram acima do INPC e 14,6% abaixo do índice. Esse quadro também se configurou como o pior para o trabalhador desde 2008. No auge da força do mercado de trabalho, em 2012, por exemplo, 95,7% dos acordos resultaram em reajustes acima da inflação, ou seja, com ganho real.

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A piora na negociação para os trabalhadores ocorreu por duas razões. Primeiro, a inflação elevada dificultou os ganhos reais no primeiro semestre – em junho, por exemplo, o INPC acumulado em 12 meses ficou em 8,76%. Segundo, também pesou a forte deterioração do mercado de trabalho com o rápido aumento da taxa de desemprego e o fechamento das vagas no setor formal.

“A piora do mercado também se deu pelo aumento da informalidade e da precariedade no trabalho”, diz José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese.

Indústria

Na análise por setores econômicos, os trabalhadores da indústria foram os que tiveram o menor ganho real, de 0,19%. Os reajuste mais elevado foi observado no setor de serviços (0,78%), seguido pelo comércio (0,63%). “A dificuldade da indústria não é de hoje e isso se refletiu nas negociações. Toda vez que o setor industrial vai mal essa piora se reflete nos demais setores”, afirma Silvestre.

Por região

No recorte regional, as melhores negociação do primeiro semestre foram obtidas pelos trabalhadores nordestinos, com um ganho real de 0,72%. Depois do Nordeste, as maiores altas foram observadas no Sul (0,58%) e Sudeste (0,50%).

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