A companhia aérea Azul planeja abrir o capital de seu programa de fidelidade Tudo Azul, seguindo os passos das rivais TAM e Gol. Desde agosto, o Tudo Azul deixou de ser uma área de negócios da aérea e se tornou uma empresa independente, com CNPJ e equipes próprios. O IPO (Oferta Pública Inicial de ações, na siga em inglês) da nova subsidiária não exclui a abertura de capital da holding, que já foi adiada três vezes.
Criado em 2009, o Tudo Azul deve passar a marca de seis milhões de membros e 60 parceiros até o fim do ano. É o caçula do setor. O Smiles foi criado pela antiga Varig em 1994 e, sob direção da Gol — que comprou a aérea em 2007 —, teve seu capital aberto em 2013. Tem cerca de dez milhões de membros. A Multiplus, da TAM, passou a ser listada na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em 2010 e fechou o semestre com 13 milhões de membros e 400 parceiros.
“Ela (a Tudo Azul) virou uma subsidiária integral da Azul, o que é um primeiro passo para eventualmente fazer algum tipo de parceria, alguma abertura de capital”, disse Antonoaldo Neves, presidente da Azul.
A abertura de capital da Tudo Azul não compromete os planos de fazer o IPO da Azul. Segundo o executivo, a aérea está em franca expansão e, para isso, vai precisar de recursos. “O IPO não é um destino, é uma ferramenta que, em algum momento, a gente vai usar para fazer a Azul crescer.”
As companhias que nasceram de programas de fidelidade valem mais que as holdings e são lucrativas, ao contrário das empresas-mãe. A Smiles tinha valor de mercado de R$ 5,9 bilhões ontem, mais de três vezes o valor de mercado da Gol (R$ 1,4 bilhão). Tanto Smiles como Multiplus terminaram o segundo trimestre no azul. Já a Gol teve perda de R$ 355 milhões no trimestre. A TAM não divulga balanço.
“Não é lógico essas empresas valerem mais que as que lhes deram origem. Mas há uma percepção no mercado de que elas vão crescer mais que as aéreas”, explica André Castellini, sócio da consultoria Bain & Company.
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