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| Foto: Sergio Moraes/Reuters

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta sexta-feira (22) que a autoridade monetária está “totalmente comprometida” em trazer a inflação para o centro da meta (4,5%) no fim de 2016. Em entrevista a jornalistas após o encerramento do XVII Seminário de Metas para Inflação, no Rio, ele reafirmou que o BC fará o que for necessário para cumprir esse objetivo.

“O Banco Central está totalmente comprometido em trazer IPCA para 4,5% no fim de 2016. A função do Banco Central é evitar que essa inflação se propague para horizontes mais longos. Faremos o que for necessário para que a inflação atinja a meta em 2016”, disse Tombini.

Tombini afirmou ainda que os ajustes que estão sendo promovidos na economia brasileira, especialmente na área fiscal, contribuem para o sucesso da política monetária. “Uma política fiscal consistente favorece o trabalho do Banco Central. A política fiscal bem ajustada vai auxiliar o país na retomada do crescimento sustentável”, afirmou o presidente do BC.

A presença da diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, também foi saudada por Tombini. “O discurso da madame Chrsitine Lagarde foi de apoio às medidas tomadas no Brasil”, afirmou o presidente do BC, citando os ajustes de preços e na área fiscal.

Inflação mensal

De acordo com Tombini, o reajuste dos preços administrados e o realinhamento de preços domésticos em relação aos internacionais devido ao fortalecimento do dólar, um fenômeno global, pressionam a inflação no curto prazo, mas, desde abril, a inflação mensal desacelerou.

Segundo ele, o reajuste dos preços administrados e o realinhamento do câmbio são “dois processos de ajustes de preços relativos”. “Esses ajustes de preços pressionam a inflação mensal no curto prazo, fazendo com que essa atingisse patamar elevado no primeiro trimestre do ano, acumulando variação de 3,8% naquele período. Desde o mês de abril, entretanto, observamos a inflação mensal em patamar inferior ao registrado nos três primeiros meses do ano”, afirmou Tombini.

“Como tenho reiterado, cabe à política monetária o dever de conter os efeitos de segunda ordem decorrentes dos ajustes de preços relativos ora em curso. É fundamental para o sucesso do nosso processo de ajustes em 2015 e para as perspectivas de iniciar um novo ciclo de crescimento sustentável mais à frente, que esse cenário de convergência se materialize como resultado da vigilância da política monetária”, disse Tombini.

De acordo com Tombini, o BC vê avanços na ancoragem das expectativas para a inflação, mas considera que as conquistas até agora não são suficientes. Por isso, ele reiterou diversas vezes em sua fala que “é necessário manter a política monetária vigilante”.

O presidente do BC afirmou ainda que o governo federal está propondo e adotando “amplo, profundo e consistente conjunto” de medidas fiscais, que inclui contenção de despesas correntes e parafiscais, eliminação de subsídios, realinhamento de tarifas públicas, bem como medidas de cunho mais estrutural.

“A tempestividade e a consistência desse conjunto de medidas devem permitir a geração de um quadro fiscal que contribuirá para criar uma percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico do País no médio e no longo prazos, fortalecendo assim a visão de maior sustentabilidade do balanço do setor público e assegurando uma trajetória favorável para a dívida pública”, disse.

Para Tombini, o “fortalecimento da política fiscal por meio de um processo consistente e crível de consolidação de receitas e despesas, rigorosamente conduzido, facilita, ao longo do tempo, a convergência da inflação para o centro da meta.” Segundo ele, tanto a literatura quanto as melhores práticas internacionais identificam que um desenho de política fiscal consistente e sustentável contribui para aumentar a potência da política monetária.

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