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Estudo nacional feito pelo Sebrae no ano passado mostrou que 39% das pequenas empresas de e-commerce utilizam o WhatsApp como ferramenta de pré e pós-venda | Lucas Pontes/Gazeta do Povo
Estudo nacional feito pelo Sebrae no ano passado mostrou que 39% das pequenas empresas de e-commerce utilizam o WhatsApp como ferramenta de pré e pós-venda| Foto: Lucas Pontes/Gazeta do Povo

A suspensão do acesso ao WhatsApp nesta segunda e terça-feira (3), mesmo por um período menor do que o previsto inicialmente, foi suficiente para atrapalhar a rotina de profissionais e empresas que adotam o aplicativo como ferramenta de trabalho.

Desde o início do ano passado, a imobiliária curitibana Kondor Imóveis divulga em seu site números de telefones que podem ser usados pelos clientes para fazer contato por meio do aplicativo de mensagem. A resposta foi imediata: hoje, boa parte dos interessados em venda e locação de imóveis se comunicam com atendentes da empresa somente pelo WhatsApp, inclusive para mandar imagens de documentos.

“Já fechamos vários negócios usando o WhatsApp”, afirma a analista administrativa da Kondor Imóveis, Natasha Kutinskas. “As pessoas não têm mais o hábito de ligar, mas sim de mandar mensagens pelo aplicativo. Os corretores e atendentes de locação já estão acostumados a usar o WhatsApp logo de cara, porque a maioria (dos clientes) nem atende mais o telefone”, completa.

O bloqueio do aplicativo entre as 14h de segunda (2) e o início da tarde desta terça-feira (3), portanto, deixou parte da equipe a ver navios. “Ficamos um pouco de mãos atadas, não há muito o que fazer. Pra gente, acaba atrapalhando”, afirma Natasha.

A surpresa com a suspensão do WhatsApp em dezembro do ano passado, quando o app ficou fora do ar por 12 horas, fez com que o empresário Marcelo Ostia tomasse algumas medidas para evitar transtornos durante novos bloqueios – que, como comprovado nessa semana, não demoraram pra aparecer. Hoje, a rede de franquias Camisetas da Hora, fundada por Ostia, oferece múltiplas maneiras de contato com interessados no negócio: desde o velho SMS até Skype e aplicativos semelhantes, como o Telegram.

Limbo legal pode levar a novos bloqueios de aplicativos e sites no país

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O WhatsApp, no entanto, ainda é o serviço onipresente nas conversas. Atualmente, a equipe de atendimento da rede de franquias troca em média 4 mil mensagens diariamente por meio do aplicativo – a base de contatos do grupo tem cerca de 30 mil números de telefone.

“Não podemos deixar o nosso prospecto esperando. Sempre oferecemos várias alternativas (de aplicativos), mas o mais escolhido pela população ainda é o WhatsApp. Vejo até uma extinção em breve do e-mail, já que hoje a grande maioria das pessoas se comunica muito mais pelo smartphone, que está à mão durante todo o dia”, reforça Ostia.

Essencial

Casos como o da imobiliária e da rede de franquias estão longe de serem exceções. Estudo nacional feito pelo Sebrae no ano passado mostrou que 39% das pequenas empresas de e-commerce utilizam o WhatsApp como ferramenta de pré e pós-venda – porcentual que, em 2014, era de 19%. Além da facilidade no contato com o cliente, o uso do aplicativo também tem ajudado a cortar custos, por meio de uma redução de 64% para 55% no uso do telefone para ligações, entre os lojistas online do país.

Não à toa, a pesquisa mostrou que, quanto menor o porte do negócio, maior é a dependência do aplicativo. A popularização do WhatsApp entre os empresários reforçou, inclusive, as críticas à decisão judicial que suspendeu o acesso ao aplicativo. “Os prejuízos potenciais para os negócios e todos os 99 milhões de usuários ativos que utilizam o serviço no país deveriam ter sido pesados”, afirmou, em nota, Ludovino Lopes, presidente da camara-e.net, entidade representativa da economia digital no país.

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