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Brasil e Argentina não conseguiram chegar a um acordo nesta terça-feira (29) sobre o sistema de garantias para o financiamento de exportações. A ideia é que o modelo possa ajudar a destravar o comércio entre os dois países. Até março, as vendas do Brasil para a nação vizinha caíram 14%.

A reunião em Brasília, da qual participaram ministros e empresários, terminou apenas com a promessa de um novo cronograma de encontros. As próximas reuniões devem ocorrer nos dias 6 e 7 de maio em Brasília, informou Luiz Moan, presidente da Anfavea, que representa as montadoras brasileiras.

O Brasil propõe um sistema de garantias para empréstimos de até US$ 3 bilhões por ano ao país vizinho. Em contrapartida, exige que a Argentina assuma a dívida com o exportador brasileiro, eliminando o risco cambial do comprador.

Pela proposta, o importador de lá pagará o valor da mercadoria diretamente ao banco central argentino, que terá prazo de até quatro meses para quitar a dívida com a companhia brasileira. Outra modelagem sugerida é a emissão de títulos do governo argentino aos importadores para bancar as oscilações do câmbio até o período do pagamento.

Falta de dólares

Diante da falta de dólares do governo argentino, importadores têm encontrado dificuldade para honrar o pagamento dos contratos.

Isso faz com que os bancos fiquem mais receosos em emprestar dinheiro para financiar as vendas dos exportadores ao país. Com o sistema de garantias, o governo brasileiro pretende justamente destravar as linhas de financiamento privadas.As operações serão limitadas a US$ 1 bilhão de quatro em quatro meses por meio do Fundo de Garantia à Exportação, vinculado ao Ministério da Fazenda.

Indústria brasileira

A maior parte da linha de crédito será usada pela indústria automotiva brasileira, que representa 60% das exportações à Argentina e vem sofrendo com queda nas vendas no início deste ano. Por isso, participaram da reunião representantes de montadores e do setor de autopeças dos dois países.

Segundo Luiz Moan, os argentinos não recusaram a oferta brasileira, mas há o entendimento de que é preciso aprofundar a análise. Axel Kichillof, ministro da Economia argentino, não quis dar entrevista após o encontro. Os ministros Mauro Borges (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Guido Mantega (Fazenda) não comentaram.

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