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O economista britânico Angus Deaton, de 69 anos, levou o Prêmio Nobel de Economia, informou a Academia Real de Ciências da Suécia nesta segunda-feira (12). Professor da renomada Universidade de Princeton, ele foi laureado por seu trabalho de análise do consumo relacionado à pobreza.

Segundo a academia, Deaton se destacou por suas descobertas em três questões fundamentais: como consumidores distribuem seus gastos; quanto da renda de uma sociedade é gasta e quanto é poupada; e como medir e analisar melhor o bem-estar e a pobreza.

“Para formular políticas que promovam o bem-estar e reduzam a pobreza, precisamos primeiro entender as escolhas de consumo individuais”, disse o corpo de jurados no anúncio do prêmio. “Mais do que ninguém, Angus Deaton melhorou esse entendimento”.

Deaton é um especialista em desenvolvimento econômico e recentemente lançou o livro “The Great Escape: Health, Wealth, and the Origins of Inequality” (A Grande Fuga: Saúde, Riqueza e as Origens da Desigualdade), no qual explica como a evolução de algumas nações nos últimos 250 anos levaram a uma melhora exponencial na qualidade de vida, mas distribuída de forma desigual.

“A vida está melhor agora do que em qualquer outro período da história”, escreveu Deaton. “Mais pessoas estão mais ricas e poucas vivem em pobreza extrema. As vidas estão mais longas e pais não assistem rotineiramente à morte de um quarto de seus filhos”, acrescenta. Nas 370 páginas da obra, Deaton se dispõe a explicar porque o mundo é hoje um lugar melhor, com avanços substanciais na riqueza, saúde e longevidade, mas também porque há amplas desigualdades entre nações.

O acadêmico também concluiu que iniciativas de ajuda internacional têm pouco a ver com o progresso e sugeriu que livre comércio e novos incentivos para as empresas farmacêuticas podem ter uma maior contribuição no futuro. Os ataques aos esforços supranacionais de auxílio foram criticados pelo magnata Bill Gates, que também atua no terceiro setor.

Como parte de seu trabalho acadêmico no início dos anos 80, em Edimburgo, Deaton desenvolveu novos métodos para estimar como a demanda por determinado bem depende do preço de todos os bens e da renda individual. Essa abordagem se tornou padrão na academia e tem sido utilizada para o desenvolvimento de políticas públicas. Em artigos na década de 90, o economista traçou paralelos entre o consumo e a renda individuais e efeitos sobre a renda agregada. Mais recentemente, o especialista tem sublinhado como medidas confiáveis de níveis de consumo familiar podem ser utilizadas para discernir mecanismos por detrás do desenvolvimento econômico.

O anúncio do Nobel de Economia encerra a semana de premiações em homenagem a Alfred Nobel. Ao ser premiado, Deaton leva para casa 8 milhões de coroas suecas, equivalente a US$ 978 mil.

Diferente das outras láureas, o Nobel de Economia não foi criado pelo próprio Alfred Nobel. A premiação foi lançada em 1969, para festejar os 300 anos do Banco Central da Suécia. Desde então, se uniu às demais condecorações. Foram 46 premiações ao longo de quase 50 anos, para 75 condecorados.

A decisão é tomada por um comitê de cinco membros escolhido pela Academia Real de Ciências. Entre indicações, consultas com especialistas e a escolha final o processo leva um ano. Os nomes indicados - e não escolhidos - não podem se tornar públicos por um prazo de 50 anos.

No ano passado, o vencedor foi o economista francês Jean Tirole, escolhido por seus estudos em economia da regulação, que serviram de referência para modelos de regulação em vários países, inclusive o Brasil.

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