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| Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo

A indústria do café vem se preparando para a onda do café gelado. Produtores de café, desde as gigantes globais JAC e Illy, até as iniciantes menores como High Brew, La Colombe e Chameleon Cold-Brew, estão gelando as suas infusões. O plano é introduzir no mercado dos EUA café de alta qualidade já pronto, gelado, engarrafado ou em latas, apostando que os consumidores estão preparados para adotar mais um jeito de saciar o vício em cafeína.

A Coca-Cola, Dr. Pepper e outras fabricantes de bebidas estão entrando na briga. E uma parceria entre a Starbucks e a PepsiCo, que por muito tempo dominou o mercado de café gelado pronto para beber, também está introduzindo novas bebidas frias.

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Além da popularidade, duradoura já, de receitas doces com café gelado, como os Frappucinos do Starbucks, os baristas e cafeterias veem observando uma demanda crescente por expressos e lattes gelados com uma sofisticação maior.

Muitos dizem agora que servem mais café gelado do que quente – mesmo no inverno. No quarto trimestre de 2015, o Starbucks relatou um aumento de 20% em bebidas geladas no país inteiro, após introduzir uma nova receita, com infusão a frio, em suas franquias. Agora, os fabricantes de café estão fazendo pressão para levar mais dessas receitas e lattes gelados de alto nível, com menos calorias e menos açúcar, até as prateleiras de lojas como Wal-Mart, Kroger e Costco.

“Quando têm escolha, as pessoas tendem a ir pela opção mais saudável, a que é melhor para você, contanto que esteja dentro de uma faixa de preços razoável”, diz Chris Campbell, fundador da Chameleon Cold-Brew, uma empresa de Austin que tem visto suas vendas crescerem em taxas porcentuais de três dígitos.

O café em lata ou engarrafado, pronto para beber, é uma evolução natural que deriva de uma paisagem de consumo dominada pelas bebidas sofisticadas dos Starbucks que se vê por toda parte e dos incontáveis bistrôs de café independentes. O mercado do café pronto para ser bebido dos EUA vem demonstrando um crescimento em valores de dois dígitos percentuais todo ano desde 2011, e a Euromonitor Internacional espera que o mercado chegue a US$3,6 bilhões em 2020. O mercado global estava por volta de US$18 bilhões em 2015, segundo a Euromonitor.

Houve uma explosão recente de acordos e lançamentos de cafés prontos para beber. O Starbucks, que se alia à PepsiCo nesse ramo, deverá introduzir opções novas de café gelado e café preto, com e sem açúcar, no próximo verão. A parceria Starbucks-PepsiCo, que é detentora de 75% do mercado do café pronto dos EUA, “é capaz de educar mais consumidores numa semana do que nós conseguiríamos num ano”, disse Campbell, chefe executivo da Chameleon Cold-Brew.

A Peet’s Coffee & Tea, da JAB Holdings, agora vende café gelado em lata, desde que concordou em adquirir a Stumptown Coffee em outubro de 2015. A La Colombe, financiada por Hamdi Ulukaya, fundador da iogurtes Chobani, lançará o seu latte em lata mais tarde este ano em mercados de todo o país. A bebida, que faz uma espuma parecida com a de um latte quente quando é despejada no copo, teve muitas vendas – 10.000 latas só na primeira hora – quando foi vendida online em março.

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No mês passado, o Dr. Pepper Snapple Group entrou num acordo de distribuição com a High Brew Coffee, uma companhia de bebidas independente criada por David Smith. Para Smith, que conta com a Dr. Pepper por conta de sua “força de merchandise”, o café é o seu segundo investimento. Ele é o cofundador da Sweet Leaf Tea Co., que foi vendida para a Nestlé Waters North America em 2011. Smith descobriu as virtudes do café feito por infusão a frio quando saiu numa viagem de barco que durou sete meses alguns anos atrás, com sua esposa e dois filhos pequenos.

Atravessando o Caribe

Ao atravessar o Caribe, de ilha em ilha, muitas vezes à noite, Smith descobriu que o café normal não lhe dava o ânimo necessário para continuar alerta. Por isso comprou um kit de infusão a frio pela Amazon. Apesar de demorar 12 horas para preparar, o café preparado assim contém o dobro do efeito da cafeína de um café quente normal, e Smith podia preparar o suficiente no barco para durar quatro ou cinco dias.

“Acendeu uma luz”, disse Smith. “Se alguém concebesse a ideia de um café preparado a frio, pronto para beber, com durabilidade para guardar nas prateleiras e uma embalagem conveniente, isso iria somar muito às opções já disponíveis aos consumidores hoje”.

O produto resultante, o High Brew Coffee, chegou às prateleiras em 2014. As vendas cresceram 270% em 2015, segundo Smith, mas ele se recusou a nos fornecer os dados em dólares.

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