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A revista britânica The Economist fez um diagnóstico da situação econômica brasileira que é bastante realista: a situação é mais delicada do que o governo quer admitir. Estamos em um pântano que foi agravado pela crise energética, efeitos da Lava Jato e a combinação de juros em alta justamente em um momento de aperto fiscal. O pior de tudo, na visão da revista, é que o país tem em Dilma Rousseff uma liderança fraca.

Muita gente vai discordar desse ponto. Mas não parece haver adjetivo melhor para uma presidente que, após ser eleita com uma margem pequena de votos, passou a fazer o contrário do que disse durante a eleição e, além disso, montou um ministério que, visto de perto, é o pior que há da velha política. Dilma não teve força para eleger o presidente da Câmara e tem seu ajuste fiscal ameaçado constantemente pelo Congresso.

Desemprego

A taxa de desemprego deu um salto em janeiro, chegando a 5,3%. É um ponto a mais do que em dezembro. O que parece, mais gente entrou em 2015 com vontade de trabalhar e encontrou um mercado de trabalho andando de lado.

Uma liderança fraca é incapaz de apontar de forma objetiva onde as mudanças precisam ser feitas. O episódio da Petrobras é emblemático. Para Dilma, a agência de rating Moody’s tem uma visão distorcida sobre a companhia que é assolada pelo maior escândalo de corrupção do país e que não tem um balanço auditado para apresentar aos investidores. O dedo continua apontado para fora do governo, que finge não ser o gestor da empresa.

Superávit

A nova equipe econômica aumentou impostos, segurou gastos e, mesmo assim, o superávit primário de janeiro foi o menor desde 2009. A arrecadação em queda está tornando o ajuste fiscal mais complicado.

Que diferença faria uma liderança mais forte? Talvez ela fosse mais transparente com a população e passasse uma mensagem clara sobre os objetivos para o país. Teremos menos intervenção estatal, um ambiente de negócios mais atraente e mais investimentos depois do sacrifício imposto pelo ajuste fiscal? Ou o governo vai esperar a situação melhorar para voltar ao de sempre, com gasto público crescente e pouco investimento?

Centauro

A seguradora curitibana Centauro fechou 2014 com um lucro líquido de R$ 3,9 milhões, 7% a mais do que os R$ 3,6 milhões em 2013. O valor de prêmios emitidos no ano passado foi de R$ 45,7 milhões, contra R$ R$ 44,9 milhões em 2013. No ano passado, a Centauro passou por uma reorganização societária, com a entrada do grupo Ohio National, que passou a deter 50% das ações da empresa.

Paraná Banco

A área de seguros continua ganhando espaço no lucro do Paraná Banco. No ano passado, o grupo segurador teve um lucro de R$ 53 milhões, representando 35% dos R$ 150 milhões de lucro do banco. Em 2013, essa proporção era de 23%, com um resultado de R$ 29,9 milhões na área de seguros e um lucro total de R$ 130 milhões do banco. O Paraná Banco também registrou no ano passado uma expansão rápida na área imobiliária, cuja carteira somava quase R$ 50 milhões no quarto trimestre de 2014, contra R$ 1 milhão no fim de 2013.

Ajuste

Um estudo do economista do Ipea Sérgio Wulff Gobetti concluiu que o crescimento das despesas do governo federal tem sido estrutural desde 1999. Isso quer dizer que o gasto cresce independentemente de outros fatores porque está em grande parte vinculado aos gastos previdenciários e sociais. Sua conclusão é a de que um ajuste fiscal rápido será necessariamente de baixa qualidade (com mais tributação) e não resolverá os problemas de longo prazo. Na prática, a equipe econômica está tentando um pouco de cada coisa: aumento de impostos e discussão de soluções de longo prazo, como a mudança nas regras para a pensão por morte. A primeira parte veio antes. A segunda vive ameaçada pelo Congresso.

A coluna entra em férias nas próximas três semanas.
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