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Quando eu era adolescente, passava na tevê uma propaganda do Exército Brasileiro, cujo mote era a frase “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. Eu não gostava muito da ideia, sempre me considerei pacifista e tinha obstáculos ideológicos a uma presença ostensiva do Exército na mídia e no imaginário nacional. Mas a frase ficou na minha cabeça. Hoje, gostaria de aplicá-la ao cuidado com as nossas finanças.

Digo “nossas” porque parto de uma experiência própria. Em uma pequena reforma em casa, precisei comprar algumas coisas em uma loja de bricolagem – dessas grandes, de rede internacional. Luminária, revestimento de parede, tomadas, coisas desse tipo. Não foi uma compra pequena, ficou perto de R$ 1 mil. Na hora de passar as compras pelo caixa, problemas: os revestimentos passaram com preço mais alto, a luminária também. Reclamamos, a caixa refez o processo. Demorou. Mas a conta caiu R$ 58.

E aí? R$ 58 é muito ou pouco para você? Um parâmetro para sua avaliação: a caderneta de poupança rendeu no acumulado deste ano (contando as contas com aniversário até 1º de julho), 4,7576%. Isso significa que, se você tinha na virada do ano R$ 1 mil (o valor da minha conta na loja) em uma caderneta de poupança com aniversário no dia 1º, ela teria rendido até agora R$ 47,57.

Entende o que estava acontecendo? Em uma conta errada, o ganho de mais de meio ano poderia ir embora. Em maiores ou menores proporções, isso vive acontecendo no supermercado também. É preciso atenção – e o preço da liberdade financeira passa ser a eterna vigilância sobre as contas.

Admito que sou meio avoado nisso. Na maior parte das vezes, lá em casa, quem tem olhos de lince para os números que passam na tela do caixa é a minha esposa. Juntos, nós formamos uma boa equipe, eu acho. E com você, como isso funciona? Só não vale perder dinheiro por desatenção...

De quem?

Na minha mente ficou a propaganda do Exército, mas a frase é bem conhecida. Só não se sabe de quem ela é. Em uma rápida consulta ao meu amigo Google, vi a autoria atribuída ao filósofo e economista John Stuart Mill, ao ex-presidente americano Thomas Jefferson, ao político irlandês John Philpot Curran e até ao escritor britânico Aldous Huxley. Talvez algum deles a tenha usado, mas o mais provável é que ela venha de muito mais longe. Afinal, algumas verdades são mais longevas que a gente imagina.

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Escreve pra elogiar. Não gostou? Reclame no financaspessoais@gazetadopovo.com.br.

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