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“Isso é muito ou é pouco?” Em meus vários anos como jornalista de economia – não sei muito bem quantos, porque transitei por várias áreas nesses 29 anos de profissão e é difícil separar quais deles foram mais dedicados à cobertura deste ou daquele tema –, essa deve ter sido a pergunta que eu fiz mais vezes. Convido o leitor a adotá-la também.

Um exemplo para ajudar a entender. Digamos que aconteça algum imprevisto e você tenha de trocar uma peça do carro da qual você nunca ouviu falar – a rebimboca da parafuseta, por exemplo. Como vai saber se está pagando o preço justo? E como ter certeza de que não está sendo enganado?

O que eu quero dizer é que, de vez em quando, nós somos obrigados a lidar com temas que não nos são familiares – e, consequentemente, com valores estranhos ao nosso dia a dia. Para não errar, é preciso fazer perguntas, sem ter medo de parecer bobo. Afinal, ninguém nasce sabendo de tudo. E uma rápida pesquisa de preços pode ajudar, também.

Agora imagine que você vai ao banco querendo investir suas economias. O gerente oferece um fundo de investimentos e vai desfilando uma sequência de números: rentabilidade no ano anterior, patrimônio, taxa de administração... Mas isso é muito ou é pouco? O ganho que você vai ter é compatível com o objetivo que você tem para esse investimento? Ele é maior ou menor que a média dos fundos do mesmo tipo? O valor que você vai pagar para o banco tomar conta do dinheiro (ou seja, a taxa de administração) é razoável na comparação com o mercado ou é tão alto que vai, na prática, aniquilar o lucro da aplicação?

De novo, as perguntas certas e um tempo dedicado à pesquisa fazem toda a diferença. Quem toma decisões apressadas ou desinformadas pode acabar se arrependendo muito depois.

Sobre política

O eleitor também precisa fazer esse tipo de pergunta. Estamos na reta final de uma campanha muito acirrada para a prefeitura, e é lícito perguntar se são caros ou baratos os projetos apresentados pelos senhores candidatos, se faz ou não sentido colocá-los em prática. Há políticos, você sabe, que se especializaram em vender várias vezes o mesmo loteamento na Lua. E sempre encontram novos interessados.

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