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Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) continua sua peregrinação pelo mundo na tentativa de abrir novos mercados à produção brasileira. Nem bem o ministro Blairo Maggi chegou de uma viagem de 25 dias pela Ásia, quem parte agora é o secretário-executivo do Mapa Eumar Novacki para uma missão de 15 dias por países da Europa e também da Ásia. Vai à Itália, Rússia, Japão e Armênia. Hoje, em Roma, na Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) ele vai falar sobre agricultura sustentável.

Novacki disse que vai “rebater posicionamentos da FAO que são equivocados em relação à agricultura brasileira”, o que “não condiz com a realidade”. A depender do ponto de vista e até mesmo de conveniências, políticas, econômicas ou ambientais, pode até ser verdade. Aliás, é verdade que somos sustentáveis. Mas é preciso cuidado com as afirmações. Cuidado em sustentar essas afirmações, com argumentos, dados técnicos e econômicos e ambientais. Afinal, a reunião é de um organismo internacional, diante de uma plateia internacional, que discute temas em comum como também de soberania.

Entendo que o Brasil precisa e deve, sempre que possível, se posicionar e mostrar esse novo e promissor cenário do agronegócio brasileiro, sustentável, moderno e globalizado. Bem como, precisamos eleger tecnicamente os porta-vozes adequados para cada ocasião. Preocupa-me quando o secretário-executivo, que comanda essa missão escalado pelo ministro Maggi, diz que pretende abrir para todos os estados brasileiros a exportação de carne suína para o Japão. “Não vejo qualquer problema nisso”, afirmou Novacki antes da viagem, como se fosse simples assim. Como se ninguém tivesse tentado antes.

Então, secretário, o Mapa pode ser novo para o senhor, mas não é novo para o mundo, para as relações de comércio internacional do agronegócio. O comando administrativo do Mapa pode até sugerir uma similaridade com o comando da Polícia Militar, sua origem no Mato Grosso. Isso administrativamente, função primeira da Secretaria Executiva. Mas tecnicamente a pegada agora é outra. Mas daí, a liderar missões e discussões técnicas, sanitárias e comerciais do Brasil com outros países e continentes é preciso estar muito bem preparado, tematicamente falando. E para isso será preciso muito mais do que quatro meses de Ministério da Agricultura.

Acredito então que o senhor secretário tomou o cuidado de estar muito bem assessorado nessa viagem. Afinal, não é o Mapa que está sendo representando, mas o Brasil e todos os seus mais de 5 milhões de produtores rurais. Todo cuidado é pouco para alinhar discurso e expectativas com nossos interlocutores. A começar pelo porta-voz, mais técnico, menos administrativo.

Mundo lácteo

Com 4,66 bilhões de litros de leite produzidos em 2015, o Paraná se torna o segundo maior produtor do país. O Rio Grande do Sul perdeu o posto com 4,59 bilhões de litros. O maior produtor continua sendo Minas Gerais, com 9,14 bilhões de litros. Os três estados do sul, liderados pelo Paraná, somam uma produção de 12,32 bilhões de litros de leite. O desempenho do estado é resultado do aumento de mercado, com demanda aquecida para consumo não apenas do leite como de lácteos, com diversificação e adição de valor ao produto primário.

O grande trunfo do leite paranaense, no entanto, não está no ranking ou então nos números, mas na qualidade do produto. O estado não é a maior bacia leiteira do país, mas é bacia referência em qualidade, sanidade e segurança alimentar. Do Oeste ao sudoeste, onde está concentrada a maior produção estadual, destaque, referência, reverência e exemplo do leite produzido na Região dos Campos Gerais. Produto cooperativo, rastreado, de uma pecuária sustentável, com qualidade e produtividade. Um ambiente seguro e integrado onde ganha produtor, indústria e consumidor.

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