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Façam suas apostas. Daqui três semanas será conhecida a nova taxa básica de juros agrícolas do Brasil. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) marcou para 19 de maio o anúncio do Plano Safra Agrícola e Pecuário, o PAP 2015/16. Apesar de ser quem define e anuncia boa parte das novas regras, não é a pasta que estipula, por exemplo, o volume de recursos e o custo desse dinheiro ao produtor rural. Essa competência é exclusiva do Ministério da Fazenda, sob o viés da política agrícola do país e orientação da presidência da República.

Assim, se eu tivesse que apostar em algum número para a nova taxa de juros, apostaria em 8,75%, no limite mínimo de reajuste. Mas isso contando com a boa vontade de Levy e de uma aposta real do governo no retorno rápido que o agronegócio pode dar em tempos de crise política e econômica no país.

Ao se considerar o aumento da Selic desde o anúncio do último plano safra, em maio de 2014, a taxa de juros controlados aplicada nas operações de custeio, investimento e comercialização do agronegócio tem espaço para ser reajustada em até três pontos porcentuais, dos 6,5% praticados na temporada 2014/15 para 9,5%. O setor produtivo, entretanto, ainda alimenta a esperança de que essa elevação não ultrapasse os 9%.

Isso é possível? Diria que é difícil, mas não impossível. Principalmente depois que o ministro Joaquim Levy foi ao campo, ouviu lideranças e produtores e conheceu in loco um pouco da realidade do setor. Há duas semanas, quando da sua visita a Rio Verde (GO), em um evento da cooperativa Comigo, o ministro teria se sensibilizado com a realidade e a contribuição do segmento à economia e ao desenvolvimento do país.

Levy teria entendido, de certa forma, o dinamismo e a capacidade do setor em dar respostas mais rápidas à necessária recuperação da economia brasileira. Um desafio que pesa, quase que exclusivamente, sobre o Ministério da Fazenda. A preocupação da Fazenda é que, a depender do rumo que tomar a inflação, qualquer taxa abaixo de 9% pode se tornar juro negativo ao longo da temporada agrícola 2015/16. Isso pode até acontecer, mas não programado, teria dito o ministro.

Na viagem de ida e volta de Brasília a Rio Verde – um trecho de pouco mais de uma hora – o ministro foi informado e de certa forma assediado sobre a relevância e as necessidades do agronegócio. Em especial na atual conjuntura econômica e às vésperas da divulgação de um novo plano safra, em que as definições do Ministério da Fazenda vão fazer toda a diferença, em uma aposta que tem a ver não apenas com o campo, mas com o futuro da economia nacional.

Assim, se eu tivesse que apostar em algum número para a nova taxa de juros, apostaria em 8,75%, no limite mínimo de reajuste. Mas isso contando com a boa vontade de Levy e de uma aposta real do governo no retorno rápido que o agronegócio pode dar em tempos de crise política e econômica no país. E também no poder de argumentação e convencimento do evento e das companhias de Levy na viagem para Rio Verde. Sobre como essa aproximação pode ter sensibilizado e de certa forma influenciado a decisão a ser tomada pelo ministério e pelo ministro nas próximas semanas.

No avião para Goiás, onde participou de uma grande feira do agronegócio do centro-oeste, Levy foi acompanhado pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e pelo presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas; e recebido pelo anfitrião Antônio Chavaglia, presidente da Comigo, a cooperativa promotora do evento TecnoShow Comigo.

Inovação e tecnologia

À espera das definições sobre o Plano safra 2015/16, começa nesta segunda em Ribeirão Preto (SP) a Agrishow, maior feira de mecanização agrícola do Brasil. Estarão presentes no evento as principais marcas de máquinas e equipamentos agrícolas de praticamente todas as cadeias agrícolas e pecuárias do país, como grãos, cereais, setor sucroalcooleiro e frutas. Haverá ainda veículos e equipamentos rodoviários e para o manejo da produção dentro e fora da porteira. Do plantio à colheita, a feira tem de tudo em mecanização.

Entre os grandes destaques deste ano estarão a inovação e a tecnologia na busca de soluções integradas para eficiência e competitividade, capazes de reduzir custos e maximizar resultados. Da apresentação de softwares a hardwares, as empresas de agricultura de precisão levarão à Agrishow um novo conceito: de que tecnologia não é exclusividade de grandes culturas, grandes áreas e grandes máquinas, mas uma ferramenta cada vez mais disponível e acessível a todas as cadeias produtivas, do pequeno ao grande produtor, do pequeno ao grande equipamento, da gestão ao manejo da propriedade.

A ministra Kátia Abreu deve participar da abertura, só que desta vez sem o ministro Joaquim Levy.

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