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Com o efeito da oferta reduzida e do câmbio favorável, o Brasil tem receita maior nas exportações do agronegócio. As vendas externas do setor, em grãos e carnes, no período de janeiro a maio, cresceram 7,4% em relação ao mesmo período do ano passado, para US$ 36,6 bilhões. Os embarques foram liderados pela soja, com 37% do total, com faturamento acumulado de US$ 13,6 bilhões, um aumento de 18,1% para o período analisado.

Nos cinco primeiros meses do ano o país bateu recorde nas exportações de soja com 30,8 milhões de toneladas embarcadas, contra 22,4 milhões de toneladas enviadas ao exterior no mesmo período do ano passado. O desempenho do milho foi ainda mais expressivo, em volume que saiu de 5,18 milhões de toneladas em 2015 para 12,25 milhões de toneladas em 2016. Porcentualmente, um crescimento de 38% na soja e mais de 130% no milho.

Conforme previsão do Agronegócio Gazeta do Povo, este ano o Brasil tem potencial para exportar 57 milhões de toneladas de soja e 27 milhões de toneladas de milho, de uma produção total de 98 milhões de toneladas de soja e 80 milhões de toneladas de milho, na soma das duas safras. Os analistas da Gazeta do Povo acreditam, no entanto, que possam ocorrer novos cortes nessas projeções, tanto na produção quanto na exportação de milho.

Portanto, pelo câmbio ou pela oferta, um ano bastante dinâmico e com muitas emoções, no campo e no mercado. Um rali, de clima e mercado que tem tudo para ficar ainda mais intenso. As atenções agora se voltam para a safra dos Estados Unidos, o maior produtor mundial de soja e de milho. O clima por lá não tem sido muito regular e pode comprometer parte do potencial produtivo, com resultado imprevisível nos estoques mundiais, no comércio internacional e nas cotações.

57 milhões de toneladas

É o potencial de exportação de soja do Brasil este ano, de uma produção total de 98 milhões de toneladas.

No Paraná, na semana passada as máximas da soja atingiram R$ 90/saca de 60 quilos e o milho R$ 51,80. No Brasil, algumas praças registraram negócio com a soja a R$ 95 e o milho acima de R$ 60. No preço Porto de Paranaguá, a oleaginosa rompe a casa dos R$ 100 e o milho dos R$ 50/saca, valores nunca antes vistos e difíceis de imaginar, mesmo no ambiente de cotação com o produto posto no terminal.

Produção e estoque em queda

Na semana passada, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) promoveu um novo corte na produção de soja e milho da América do Sul. A redução dos técnicos do USDA chegou também nos estoques mundiais da oleaginosa e do cereal. Pelo monitoramento do órgão, vinculado ao governo norte-americano, em um mês o estoque mundial de soja no ciclo 2015/16 caiu de 74,25 milhões para 72,9 milhões de toneladas. O de milho, de 207,87 milhões para 206,45 milhões e toneladas.

Com isso, as cotações das principais commodities agrícolas produzidas pelo Brasil continuam sustentadas em fundamentos de oferta, consequência das quebras de safra na produção do país e na Argentina. E seguem descoladas da referência balizada pela Bolsa de Chicago, em um acentuado efeito colateral do câmbio, que segue acima dos R$ 3,50.

A safra brasileira de soja, segundo o USDA, saiu de 99 milhões para 97 milhões de toneladas e a de milho total de 81 milhões para 77,5 milhões de toneladas. Para a safra argentina, o departamento norte-americano manteve os números do relatório do mês anterior, de 56,5 milhões de toneladas para soja e 27 milhões de toneladas para o milho.

Uma gangorra de números, em volume e preço, que neste momento causa euforia no mercado de grãos e acentua a crise e a preocupação no setor de carnes. Com milho escasso e caro e a cotação da soja nas alturas, o custo de produção de suínos e aves pressiona a cadeia, reduz as margens do produtor e da indústria, quando não deixa a atividade no vermelho, e chega ao consumidor final.

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