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As conquistas alcançadas pela sociedade brasileira na última década começam a se mostrar insustentáveis. O melhor padrão de consumo da população dá a vez ao endividamento, ao desemprego e à queda no padrão de vida. O país entrou no cheque especial, e isso pode ser visto no estudo Monitor PIB-FGV, que passou a ser divulgado publicamente pela Fundação Getúlio Vargas a partir de outubro último. Com o objetivo de prover à sociedade um indicador mensal do PIB (Produto Interno Bruto), o estudo utiliza a mesma metodologia do PIB Trimestral do IBGE, e a ele se ajusta. As análises são feitas pela ótica da oferta e da demanda, considerando o consumo das famílias, a formação bruta de capital fixo (máquinas e equipamentos, construção e outros itens) e as exportações e importações do país. Os resultados não são animadores, mas é melhor ter informação sobre o tornado e preparar-se, do que ser pego de surpresa.

Olha o pibinho aí gente!

Segundo o estudo, o PIB brasileiro em 2014 foi pífio ao marcar 0,1% de crescimento, e para esse ano a previsão é de queda de -3%. O estudo afirma que “não há registro histórico de resultados piores que esses”, o que nos permite utilizar a já gasta expressão de que “nunca antes na história desse país” se viu um PIB tão, tão...tão vermelho. No acumulado dos últimos 12 meses até agosto desse ano, chegamos a -1,7%, tendo sofrido forte desaceleração já desde o quarto trimestre de 2010.

Um Brasil agrícola
e extrativista.

Não é o passado, é o agora, quando somos uma das maiores economias do mundo, mas mergulhados em um mar de lama vermelha que vem do Rio Doce. O Monitor PIB-FGV aponta que a agropecuária atingiu +2,5% de crescimento no PIB acumulado dos últimos 12 meses, bem como um excelente desempenho da atividade de extração de minerais, que está com resultado positivo desde março de 2014 e nesse último ano acumulou taxa positiva de nada menos que 10%. Mas então, por que o pibinho? As atividades de serviços caíram -0,8%, e o comércio amargou queda de -5,6% no mesmo período. Mas o patinho feio é mesmo a indústria de transformação, que teve queda de -7,2%, mostrando-se pouco produtiva e competitiva.

O consumo na berlinda

O consumo de bens duráveis (automóveis, eletrodomésticos e etc.) acumulado de 12 meses despencou de +16,8% em agosto de 2010 para uma queda de -9,3% em agosto desse ano, com ciclo negativo iniciado em abril de 2014. O Monitor PIB-FGV aponta que isso é devido ao elevado grau de endividamento das famílias, do retorno da taxa de juros mais elevadas, e ao fim da desoneração fiscal. Além disso, afirma também que não há sinal de política de incentivo que faça reverter esse cenário. Preocupa também a queda do desempenho de produtos não duráveis (alimentação, vestuário, gasolina e etc.), que já estão apresentando taxas negativas, indicando queda no poder de compra das famílias.

Depois do tornado vem a reflexão sobre o que aconteceu, e se põe mãos à obra para reconstruir tudo que foi destruído. Como dizem, o brasileiro não desiste nunca, e é muito provável que tudo isso que se mostra tão ruim e dolorido nesse momento, faça florescer uma nação mais consciente de suas responsabilidades, e melhor informada sobre política e economia para tomar decisões que apontem para melhores rumos.

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