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É comum observarmos que, em determinadas famílias, a preferência por uma profissão parece reinar. Não é à toa. É comum os pais, avós, tios ou irmãos, acabarem influenciando na escolha de carreira dos mais novos membros da família – seja para ter a mesma carreira que eles, ou para estudarem algo que eles mesmos não puderam, fazendo o filho realizar um sonhos dos pais, por exemplo.

Da mesma maneira, é interessante notarmos que algumas famílias possuem "ovelhas negras", aqueles familiares que optaram por trabalhar em uma área totalmente distinta, quebrando a "tradição" familiar.

Antes de iniciar, justifico que não há certo ou errado nesse jogo de influência que tanto nos interessa. Às vezes queremos influenciar na profissão de outro como gostaríamos que ele torcesse para o mesmo time que o nosso. Mas às vezes, no fim das contas, o que o coração diz mais alto, é o que irá dar a resposta final. Há quem prefira torcer por outro time, como há também quem prefere atuar em outra área.

Para exemplificar este caso, contarei a história de Luísa, a filha de uma profissional que orientei recentemente. A garota, filha de um casal de pediatras, estava em dúvida sobre qual curso escolher para ingressar no ensino superior: engenharia ou medicina. Por mais que os pais insistissem que ela seguisse conceituado e tradicional curso de Medicina, Luísa também era fascinada e aplicada com números, algo essencial aos engenheiros.

Sabendo desta dúvida, Luísa procurou se informar sobre que passos poderia tomar para que a sua escolha fosse mais assertiva e certeira. Sendo assim, procurou primeiramente a orientação vocacional. Após os testes e sessões com orientadoras de carreira, ficou constatado que ela, de fato, possuía vocação para atuar em ambas as áreas – para sua surpresa. Não satisfeita, e ainda em dúvida, foi adiante e conversou com seus pais, pediatras, e seu tio, engenheiro. A estudante anotou, em uma folha de papel, todos os pontos positivos e negativos das carreiras. Em seguida, ela se dispôs a acompanhar por uma semana ambos os trabalhos.

Após a semana no hospital, presente no consultório e comparecendo a emergências, plantões e outros casos não usuais, Luísa percebeu que a Medicina não era para ela. De modo semelhante, acompanhou o complexo trabalho do tio, que em alguns dias estava no escritório e em outros estava em campo ou em clientes.

Por fim, no momento decisivo, inscreveu-se para os dois cursos em vestibulares de instituições públicas distintas. Fora reprovada no de Medicina e aprovada no de Engenharia. Até o momento, estudando muita Física, Cálculo e outras matérias aplicadas, identificou-se muito com o curso e está satisfeita com a escolha e tem excelentes esperanças para o futuro.

Escolhi a história de Luísa por ela ter tido a iniciativa e a vontade própria em buscar o que todo estudante deveria fazer – ao invés de ingressar num curso de olhos fechados, por "falta de opção", indecisão ou pressão de outras pessoas.

Neste importante momento, o da escolha de carreira, é importante que os mais próximos auxiliem e aconselhem quem está prestes a decidir. Nessa fase, é importante perceber as habilidades e preferências natas dos filhos para, na idade certa, ajuda-los a associar estas qualidades com a profissão mais adequada. Isso significa, no fim das contas, uma possível maior chance de sucesso, aderência à profissão e satisfação e realização pessoal. É importante lembrarmos que cada pessoa carrega vocações, talentos, características comportamentais e "dotes" intelectuais únicos – como a facilidade para números, situações de lógica ou condução de problemas, entre outros.

Falarei mais sobre este assunto na coluna desta terça-feira. Até lá!

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