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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou nesta quarta-feira (4), os juros básicos da economia (Selic) de 12,25% para 12,75% ao ano. Com essa decisão, amplamente esperada por economistas do mercado financeiro, a taxa volta ao mesmo nível de seis anos atrás, quando o mundo ainda absorvia os primeiros efeitos da crise financeira internacional iniciada em 2008.

Aplicações

Com a Selic em 12,75% ao ano, a tradicional poupança continua a perder atrativo em relação a outros investimentos. Mesmo com remuneração de 80% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), o CDB leva vantagem.

Enquanto o rendimento da poupança fica em 7,44%, o CDB aplicado por um período de até seis meses tem remuneração de 7,70%. Na renda fixa, considerando uma taxa de 1,5% ao ano de administração, para resgate em até seis meses, o fundo terá rendimento de 8,46%. A poupança, por sua vez, tem rendimento de 7,44% ao ano.

A elevação dos juros, decidida de forma unânime pelo colegiado, foi a quarta consecutiva. A primeira, logo após a eleição presidencial de outubro de 2014, surpreendeu os agentes econômicos. Na ocasião, a Selic subiu de 11% para 11,25% ao ano. Nas duas reuniões seguintes, foram promovidos aumentos como o de hoje, de meio ponto porcentual. Por enquanto, a projeção do mercado é de um novo avanço, para 13% ao ano, na reunião de abril – nível que tende a permanecer até o início de 2016.

Com alguns episódios avaliados como negativos desde então em relação à comunicação da autoridade monetária, os diretores do BC optaram agora pela mesma fórmula da reunião de janeiro: divulgaram um comunicado enxuto sobre a decisão. Dessa forma, os detalhes dos motivos que levaram à decisão só serão conhecidos na ata da reunião, a ser divulgada daqui a uma semana. O Copom volta a se reunir no fim de abril.

A elevação da Selic ocorre em um momento econômico delicado. Estão em visita ao Brasil técnicos de agências de classificação de risco para verificarem se o país continua com o selo de bom pagador ou se sofrerá rebaixamento. O tema é caro ao governo. Principalmente, depois que a Petrobras, a maior empresa nacional perdeu o status na semana passada.

Não bastasse esse cenário negativo, o mercado financeiro está totalmente descrente de que o BC consiga entregar a inflação na meta. Pior do que isso: nem o teto de 6,5% será possível, de acordo com os economistas, que projetam o IPCA de 2015 já em 7,5%.

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