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30% do preço do pães e das massas, em média, é referente ao custo do trigo. As padarias de Curitiba cobram hoje entre R$ 6 e R$ 7 pelo quilo do pão francês | Fotos: Albari Rosa e Henry Milleo/ Gazeta do Povo
30% do preço do pães e das massas, em média, é referente ao custo do trigo. As padarias de Curitiba cobram hoje entre R$ 6 e R$ 7 pelo quilo do pão francês| Foto: Fotos: Albari Rosa e Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Índice

IGP-10 sobe 0,46% em agosto

O aumento de 13,72% no preço do minério de ferro foi responsável por aproximadamente 65% do total do Índice Geral de Preços -10 (IGP-10) de agosto, que foi de 0,05% em julho para 0,46% em agosto. O cálculo foi feito pelo economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz. Outro ponto destacado pelo economista é o comportamento do preço do trigo. Agora, o preço do produto pode voltar a subir no mercado brasileiro nos próximos meses.

Nos próximos dias, o preço do pão em Curitiba deve sofrer um reajuste de 7,5%. O aumento é quase o triplo do acumulado nos últimos doze meses, quando o preço do pãozinho subiu 2,78%. A justificativa para o aumento é o reajuste no preço da farinha de trigo. O preço do cereal em grãos, vendido pelo setor agropecuário para os moinhos, sofreu um aumento de 71% em julho.

A escalada foi provocada pela quebra de safra na Europa e na Rússia, que decretou neste último fim de semana a suspensão das exportações. O Brasil consome 11 milhões de toneladas de trigo por ano, das quais 6 milhões são importadas. Segundo Vilson Felipe Borgmann, presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Paraná (Sipcep), os moinhos aumentaram o preço do trigo em 10% na semana passada, e prometem uma nova alta também de 10% a partir próximas vendas.

"Cerca de 30% do valor final do pão é consequência do preço do trigo. Após a nova alta prometida, com certeza irão ocorrer reajustes. Os novos preços vão variar em cada padaria, dependendo da tabela de custos de cada proprietário", avalia Borgmann. Nas panificadoras de Curitiba, o preço do pão francês varia entre R$ 6 e R$ 7 por quilo.

Além do preço do trigo, Borgmann cita o aumento de encargos trabalhistas como um dos motivos que contribuirão para a alta. "Os custos com o dissídio coletivo do nosso setor, fechado em maio, ainda não foram repassados para o preço dos produtos. Porém estamos orientando os nossos associados a segurar o preço por mais algum tempo. A esperança é que os estoques nacionais possam ser colocados no mercado e pressionar para baixo o valor do trigo", relata.

Em Londrina, o setor de panificação acredita ser irreversível a subida de preços de pães e derivados. "Ainda não houve repasse, mas devemos fazê-lo daqui a alguns dias. Temos de repensar os preços de vendas", sentencia o presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Norte do Paraná (Sindpanp), José Roberto Gobs Esteves. De acordo com ele, o reajuste do trigo repassado às padarias chega a até 28%, conforme a qualidade do produto.

Bode expiatório

Os moinhos, porém, não aceitam receber a culpa por aumentos repassados ao consumidor. Landerlei Cascão Pereira, gerente comercial do moinho Guth, afirma que nos últimos dois anos as panificadoras não repassaram para o consumidor as quedas no preço do trigo, causadas por superofertas na produção do cereal. "Não haveria necessidade de ocorrer este aumento agora. De 2008 para cá, o saco de 25 quilos de farinha de trigo caiu de R$ 47 para R$ 22. Enquanto isso, o quilo do pão francês subiu de R$ 2,50 para R$ 5,50, em média", relaciona.

Rui Marcos de Souza, gerente de suprimentos do moinho Globo, de Sertanópolis (Norte do Paraná) confirma que até mesmo o produtor já alterou o preço do trigo, cujo valor foi repassado ao moinho, à distribuidora e ao comerciante. "Apenas boatos já são capazes de mexer com o mercado. E o que está ocorrendo é mais forte que simples boatos." avalia. Souza conta que a saca do trigo no último mês passou de

R$ 22 para até R$ 25, dependendo da qualidade. "É grande a expectativa pela valorização do produto", estima.

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