A decisão do governo de mandar um Orçamento prevendo déficit primário para o Congresso foi mal recebida pelos mercados nesta segunda-feira (31). O dólar iniciou a sessão em alta em relação ao real, precificando, além do problema fiscal, o viés positivo da moeda norte-americana ante divisas emergentes e ligadas a commodities nesta manhã.
Na abertura, o dólar à vista no balcão exibia valorização de 1,79%, negociado a R$ 3,6470. No início da tarde, a alta desacelerou para 1,2%, a R$ 3,629 na venda. Na máxima da sessão, o dólar subiu 2,77%, a R$ 3,6845, maior nível intradia desde 16 de dezembro de 2002, quando foi a R$ 3,70. A Bovespa abriu em forte queda. Às 10h20, o Ibo vespa, seu principal índice, recuava 2,3%. A queda foi amenizada no início da tarde. Perto das 14 horas, o índice recuava 1,85%.
A proposta do orçamento do ano que vem deve conter um déficit primário da ordem de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) - próximo de R$ 30 bilhões. Com a decisão, tomada após o governo abandonar a ideia de recriar a CPMF, por não encontrar respaldo para o projeto nem no Congresso nem entre empresários, a meta de superávit primário de 2016, de 0,7% do PIB, será reduzida novamente.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, manifestou preocupação com a exposição do rombo, por considerar que ele pode levar o Brasil a perder o grau de investimento.
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