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A Sheel só vai realizar dois grandes investimentos em 2015, com muitos projetos sendo reescalados, atrasados ou cancelados | Jerry Lampen/EFE
A Sheel só vai realizar dois grandes investimentos em 2015, com muitos projetos sendo reescalados, atrasados ou cancelados| Foto: Jerry Lampen/EFE

A Royal Dutch Shell deve cortar 6,5 mil postos de trabalho globais este ano e intensificar o corte de gastos para tentar reafirmar aos investidores que pode resistir ao período extenso de preços baixos do petróleo, mesmo com o plano de adquirir o BG Group por US$ 70 bilhões anunciado em abril.

A empresa anglo-holandesa também anunciou a intenção de elevar a venda de ativos em US$ 50 bilhões entre 2014 e 2018, após o lucro do segundo trimestre cair 37%. A Shell relatou lucro líquido de US$ 3,84 bilhões, ante US$ 6, 13 bilhões do mesmo período no ano anterior e frente a US$ 3,25 bilhões no trimestre anterior.

“O declínio dos preços do petróleo de hoje podem durar alguns anos e o planejamento da Shell reflete essa realidade do mercado”, afirmou Ben van Beurden, CEO da companhia, nesta quinta-feira (30). “A companhia deve ser resiliente no ambiente atual de preços, mesmo que vejamos um retorno do preço a US$ 70, US$ 90 a médio prazo.”

A Shell antecipou a previsão de redução no número de empregados diretos a nível mundial em 2015 de um total de 100 mil funcionários enquanto lida com a redução do preço do petróleo pela metade para cerca de US$ 55 por barril em um ano.

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“Talvez deixamos a impressão de que vamos esperar a cavalaria chegar em forma de preços de petróleo mais altos e de que seríamos preguiçosos em termos de retirada de custos”, afirmou van Beurden. “Mas também afirmamos, na época (do anúncio do acordo com o BG Group), talvez não tão habilmente ou alto o suficiente, para nos julgarem no que fazemos e a mensagem de hoje é sobre isso”, completou.

Investimentos

Assim como as concorrentes, BP, Statoil e Total, a empresa anunciou a redução de investimentos de capital pela segunda vez este ano, cortando outros US 3 bilhões do orçamento anual para US$ 30 bilhões.

Segundo a Shell, cerca de 20% e 30% das vendas de ativos, estimadas em US$ 30 bilhões, esperadas entre 2016 e 2018 vão vir de negócios downstream (ligados à refinação de petróleo, regaseificação de gás natural, distribuição e venda) e midstream (relacionados à liquefação de gás, transporte e armazenamento). Assim, o foco do grupo Shell-BG poderá se concentrar em menos ativos, no entanto, mais competitivos.

A Sheel só vai realizar dois grandes investimentos em 2015, com muitos projetos sendo reescalados, atrasados ou cancelados, afirmou van Beurden. Ele indicou cortes futuros se as condições econômicas piorarem, incluindo uma queda maior nos preços do petróleo.

A companhia disse que está vendo a fatia de 33% na refinaria Showa Shell, no Japão, à empresa petroleira japonesa Idemitsu por US$ 1,4 bilhões.

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Compra do BG Group

A Shell assegurou os investidores de que a compra do grupo britânico BG não iria quebrar a companhia. Se a negociação for feita como planejada, no início de 2016, os investimentos de capital no próximo ano serão de US$ 35 bilhões, de acordo com a empresa, menos do que os cerca de US$ 42 bilhões que os analistas esperavam.

A companhia ainda aguarda a aprovação regulatória do negócio pela União Europeia, China e Australia, depois que Brasil, Estados Unidos e Coreia do Sul validaram o processo.

A expectativa é de que o acordo gere benefícios pré-impostos de cerca de US$ 2,5 bilhões por ano a partir de 2018. Isso fará com que a Shell ocupe a liderança mundial em produção de gás natural liquefeito e uma das maiores em produção de pretróleo em águas profundas, com foco no Brasil.

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