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Experiência de cliente ajudou Stefania a criar loja virtual com a irmã. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Experiência de cliente ajudou Stefania a criar loja virtual com a irmã.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Entrar em uma loja física e passear entre as prateleiras em busca de um celular ou kit de maquiagem está se tornando uma tarefa cada vez mais rara para parte dos paranaenses. Na esteira do boom do comércio on-line, que cresceu 24% no ano passado e alcançou um faturamento de R$ 35,8 bilhões, sites que vendem produtos e serviços ganham espaço na preferência dos consumidores do estado. Segundo levantamento feito pela Paraná Pesquisas a pedido da Gazeta do Povo em mais de 60 municípios, 35,7% dos paranaenses costumam fazer compras pela internet.

Eletrônicos e roupas estão entre os produtos preferidos

O levantamento da Paraná Pesquisas mostra que os consumidores on-line do estado têm perfil diferente da média nacional no que se refere aos produtos mais buscados. Segundo a pesquisa, 56,7% dos entrevistados recorrem à internet para comprar eletrônicos ou eletroeletrônicos. Em segundo lugar surgem os itens de vestuário, como roupas e sapatos, na preferência de 35,7% dos consumidores.

Os livros e revistas aparecem em terceiro lugar, sendo os produtos mais comprados por 11,6% dos entrevistados. Por outro lado, na média nacional, conforme o estudo da E-bit, a categoria de modas e acessórios fechou o ano passado mais uma vez na liderança do setor (17% dos pedidos), seguida por cosméticos e produtos de saúde (15%) – categoria que está apenas no sexto lugar na preferência dos consumidores paranaenses. (RW)

O porcentual de adeptos do e-commerce no estado é maior do que a média nacional. Conforme dados do relatório WebShoppers 2015, da E-bit, cerca de 30% da população do país já fez alguma compra on-line – 51,5 milhões de pessoas fizeram ao menos um pedido pela internet em 2014.

No Paraná, apesar de a maioria dos entrevistados ter afirmado que nunca recorreu a sites para adquirir produtos, aqueles que já o fizeram mostram que o consumidor on-line do estado é um cliente assíduo e contente com a qualidade do serviço prestado.

Segundo a pesquisa, 65% dos entrevistados recorrem à internet pelo menos uma vez a cada seis meses. Quase 19% fazem compras todo mês e 5% não passam uma semana sem gastar dinheiro em sites. Os números vão ao encontro da média nacional, de duas compras por consumidor no decorrer de 2014, conforme o estudo da E-bit.

Satisfação

O levantamento da Paraná Pesquisas também mostra que quase 80% dos consumidores do estado avaliam a qualidade do serviço prestado pelos sites de compras como ótima ou boa. Para especialistas do setor, a receptividade à internet como canal de vendas ficará mais comum com o passar dos anos, à medida que consumidores mais jovens – e mais afeitos às novas tecnologias – ganham espaço em relação aos clientes “tradicionais”, que não abrem mão de testar e ver os produtos nas lojas físicas.

“O comportamento do consumidor mudou. Ele tem cada vez mais poder e pode usar a tecnologia para conseguir todas as informações necessárias para fazer uma boa compra. Isso traz um desafio extra para as lojas virtuais, que vão precisar se adequar a esse novo cenário competitivo”, avalia Luis Vabo Jr., CEO da Sieve, empresa de precificação que atende gigantes do varejo como Americanas, Walmart e Casas Bahia.

A percepção dos consumidores on-line entrevistados pela Paraná Pesquisas reforça esse cenário, onde a loja física deixa de ser uma exigência no dia a dia. Para 50% dos clientes de e-commerce do estado, o comércio eletrônico é tão bom quanto o comércio tradicional e, para 33%, fazer compras pela internet é melhor do que por meio das lojas convencionais.

Insegurança já não é a maior barreira

Receios como o de não receber o produto em casa ou de fornecer dados pessoais na hora do pagamento ainda são citados como impedimentos para a compra via internet.

Mas, segundo a Paraná Pesquisas, 27,8% dos paranaenses que nunca compraram em sites afirmaram que isto se deve meramente a uma questão de preferência em escolher o produto pessoalmente, em uma loja física, enquanto 23,7% disseram que não compram por falta de acesso à internet. A percepção de que talvez não seja tão seguro fazer uma transação pela web surge apenas como a terceira e quarta barreiras mais citadas, o que, para especialistas, indica uma mudança de percepção quanto ao e-commerce.

“Esses motivos históricos, como o receio no pagamento ou medo de não receber, vêm caindo muito. As lojas virtuais e os fornecedores têm tido um papel evangelizador para ajudar a consolidar na cabeça do consumidor que existem tecnologias de pagamento seguras e que ele consegue consultar com facilidade informações e comentários de outros usuários sobre a loja”, afirma Luis Vabo Jr., da Sieve. (RW)

 | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

De consumidoras a empresárias virtuais

A boa adesão dos paranaenses ao comércio on-line e a relativa facilidade em colocar um site no ar fazem com que a internet figure como c anal estratégico para empreendedores locais.

A previsão de crescimento do setor, mesmo em um cenário econômico adverso, também anima. Enquanto o varejo tradicional começa a amargar queda nas vendas, o e-commerce deve crescer 20% este ano, registrando um faturamento em vendas de R$ 43 bilhões, segundo a E-bit.

“A internet continua sendo um caminho inicial e um mercado fantástico para quem está começando, até pelo baixíssimo custo de investimento”, resume o consultor do Sebrae-PR Marcos Uda.

As irmãs Isadora e Stefania Magalhães fizeram essa escolha há dois anos e não se arrependem. As curitibanas são responsáveis pela loja virtual A Mi Manera, onde vendem peças autorais e de produção própria, como camisetas, almofadas e bolsas, com preços de R$ 60 a R$ 180. Os produtos são despachados para todo o Brasil, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro. Abrir uma loja física não está nos planos, embora alguns produtos sejam vendidos em estabelecimentos parceiros de Curitiba.

“Praticamente 60% da minha casa foi mobiliada com itens que comprei na internet. A experiência como consumidoras nos ajudou, porque pensamos em tudo o que fosse possível para fazer com que o usuário se sentisse o mais seguro possível em nosso site”, afirma Stefania. (RW)

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