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Terreno da PDG em Curitiba: construtora pediu recuperação judicial. | Aniele Nascimento/Aniele Nascimento
Terreno da PDG em Curitiba: construtora pediu recuperação judicial.| Foto: Aniele Nascimento/Aniele Nascimento

A PDG Realty, uma das maiores construtoras do país, divulgou nesta quarta-feira (22) que entrou com pedido de recuperação judicial. A companhia vinha há alguns anos buscando sanear seu balanço e, desde agosto de 2015, conduzia um processo de renegociação de dívidas com seus credores, que culminou em maio de 2016 em um acordo que não conseguiu salvar a empresa.

Em comunicado ao mercado, a PDG diz que a reestruturação não foi suficiente para resolver as dificuldades de gestão e para dar continuidade aos empreendimentos em construção. A empresa diz que enfrentou um número elevado de distratos – quando os imóveis comprados antes de prontos são devolvidos –, queda nas vendas e elevação de dívidas para a manutenção de imóveis prontos, como débitos de condomínio e IPTU.

No fim do ano passado, a PDG contratou a consultoria da RK Partners para tentar uma segunda rodada de renegociação com os bancos e tentou acelerar a venda de ativos para fazer caixa. Esse esforço, segundo o comunicado, não foi suficiente para normalizar as atividades da construtora.

Com o comunicado, as ações da PDG pararam de ser negociadas na manhã desta quarta na Bovespa. A empresa ainda fará uma assembleia para ratificar o pedido de recuperação que, posteriormente, terá de ser aceito pela Justiça.

Nos primeiros nove meses do ano passado, a PDG teve um prejuízo de R$ 2,8 bilhões, quase quatro vezes o prejuízo no mesmo período de 2015. No mesmo período, suas receitas operacionais caíram de R$ 1,6 bilhão para R$ 175 milhões.

Fundada por ex-sócios do Banco Pactual, a PDG entrou para o grupo das maiores construtoras do país durante o último boom imobiliário. Em 2010, ela comprou a Agre, que tinha consolidado ativos da Abyara, Agra e Klabin Segall. No ano seguinte, ela bateu um recorde, lançando R$ 9 bilhões.

Com a retração do mercado imobiliário, a empresa acumulou um banco de terrenos e apartamentos prontos. Ao mesmo tempo, ela passou a ter problemas com o estouro de orçamentos e de prazos de entrega. Já em 2012 ela teve um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões.

De 2012 para cá, sócios da construtora fizeram dois aportes de capital, insuficientes para evitar a espiral que combina dívida crescente e dificuldades de vendas. A dívida no ano passado estava em mais de R$ 5 bilhões e calcula-se que já tenha passado de R$ 7 bilhões.

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