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As contas públicas tiveram um rombo de R$ 10 bilhões em julho, acumulando em 12 meses déficit primário equivalente a 0,89% do Produto Interno Bruto (PIB), o pior da série histórica do Banco Central. Também é o pior desempenho para o mês desde que o dados passaram a ser registrados em 2001. De acordo com o Banco Central, não foi apenas a União que gastou mais do que arrecadou no mês passado, mas estados, municípios e empresas estatais também tiveram déficit.

O resultado fiscal é um reflexo da crise econômica que vive o país. Como as empresas produzem menos e o consumo caiu, os entes públicos deixam de arrecadar. Além disso, os gastos pressionam o orçamento e é difícil economizar para pagar juros da dívida pública, que não param de subir porque o próprio governo teve de aumentar a taxa básica para conter a inflação.

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PIB recuou 1,9% no segundo trimestre e contas públicas tiveram rombo de R$ 10 bilhões em julho

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Somente no mês passado, os juros que o governo deveria ter pago chegaram a nada menos que R$ 62,8 bilhões. De janeiro a julho, o peso dessa carga é muito maior: R$ 288,6 bilhões. Além de ser um recorde, está perto do que deveria ser pago em todo o ano passado: R$ 311,5 bilhões.

Como em 2014, o setor público não tem a menor condição de arcar com essa fatura agora. Ou seja, essa conta vai aumentar o endividamento. Nos sete primeiros meses, as contas públicas têm superávit primário de R$ 6,2 bilhões. A meta é economizar 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB).

Dívida bruta

O BC também previu nesta sexta-feira que a dívida bruta como proporção do PIB ficará em agosto acima do patamar estimado pelo governo para o consolidado de 2015.

Segundo o BC, a métrica, que é acompanhada de perto pelas agências de classificação de risco, deverá encerrar este mês em 64,9% contra 64,6% em julho, dando prosseguimento a uma trajetória de alta que é reflexo da deterioração das finanças públicas. Em dezembro de 2014, o patamar era de 58,9%.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, assumiu a pasta com a bandeira de baixar o indicador no médio prazo. Em julho, quando a meta fiscal para o ano foi drasticamente reduzida, o governo reconheceu que a dívida sobre o PIB em 2015 ficaria maior, em 64,7%, subindo em 2016 e sendo estabilizada apenas em 2017.

Para o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima, a tarefa do governo de atingir o objetivo previsto em relação à dívida bruta é árdua num cenário fiscal como o atual, com baixo recolhimento de tributos.

“É difícil imaginar como evitar isso (um indicador maior que o estimado pelo governo no ano) sem receitas extraordinárias”, afirmou.

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