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A refinaria da Petrobras em Araucária começou a produzir neste mês o “coque verde”, principal matéria-prima da Coquepar | Felipe Rosa/Gazeta do Povo
A refinaria da Petrobras em Araucária começou a produzir neste mês o “coque verde”, principal matéria-prima da Coquepar| Foto: Felipe Rosa/Gazeta do Povo

Insumo

Refinaria iniciou a produção de coque no início de agosto

A Repar começou a produzir coque no dia 1º de agosto, quando entrou em operação sua unidade de craqueamento retardado. Usando os chamados "fundos de barril", frações pesadas de petróleo que sobram das etapas anteriores de refino, essa nova planta consegue produzir derivados de alto valor agregado, como gasolina, diesel e gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de cozinha).

O resíduo do craqueamento é justamente o coque verde, ou cru, que nesse estado serve como insumo para as indústrias siderúrgica e cimenteira, entre outras. Sua versão calcinada, mais nobre, pode ser usada como fonte de carbono e condutora de eletricidade na fabricação de alumínio.

Mão de Obra

Parte da força de trabalho necessária para a obra da Coquepar deve vir da vizinha Repar. Em ampliação desde 2008, a refinaria, que chegou a abrigar mais de 20 mil trabalhadores no canteiro de obras, hoje tem 6 mil, estará pronta em 2013.

Com pelo menos três anos de atraso, a Companhia de Coque Calcinado de Petróleo (Coquepar) planeja iniciar ainda neste semestre a construção de sua primeira fábrica. Joint venture entre a Petrobras e o grupo paulista Unimetal, a empresa vai erguer uma unidade em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, ao lado da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar).

A fábrica vai produzir até 345 mil toneladas por ano de coque calcinado, produto que serve de matéria-prima para a indústria de alumínio. E vai aproveitar os gases oriundos da queima de coque para gerar energia elétrica – a potência instalada será de 10 megawatts, capaz de abastecer uma cidade de 30 mil habitantes.

A Coquepar, que respondeu por e-mail a questões enviadas pela Gazeta do Povo, não revela quanto pretende investir, mas, em ocasiões anteriores, havia estimado um desembolso de R$ 500 milhões. A companhia diz que o empreendimento vai gerar, direta e indiretamente, 750 empregos durante a construção e 450 quando entrar em funcionamento. As obras devem durar quase dois anos.

No início, a empresa queria se instalar em um município próximo a Araucária. No fim de 2008, chegou a anunciar a escolha de Rio Negro, na divisa com Santa Catarina. Mas acabou optando por um terreno na BR-476, vizinho à Repar. A refinaria, afinal, será a fornecedora da matéria-prima da Coquepar, o chamado "coque verde", um subproduto sólido do refino de petróleo. O coque calcinado é obtido a partir do aquecimento do coque verde a até 1.300 ºC.

Mercado

A Coquepar não disse para quem venderá o coque calcinado. Três anos atrás, seu diretor-superintendente, Rubens Novicki, afirmou que cerca de 90% da produção seria exportada, aproveitando a boa reputação internacional do coque brasileiro, que tem baixo teor de enxofre. Mas, desde então, a própria empresa enfrentou algumas mudanças.

O estouro da crise em 2008 atrasou o cronograma da fábrica, que, pelo plano inicial, ficaria pronta em 2011. A Brazil Energy, que tinha 30% da Coquepar, deixou o negócio no começo de 2011. E o projeto da segunda calcinadora da Coquepar, em Seropédica (RJ), está tendo sua viabilidade reavaliada "em decorrência de alterações econômicas no mercado", segundo o último balanço da empresa.

A única calcinadora de coque em funcionamento no país é a Petrocoque, de Cubatão (SP), fundada em 1972. Também controlada por Petrobras e Unimetal, ela tem capacidade de produção de 500 mil toneladas por ano. A gigante norte-americana Oxbow Carbon fechou em 2010 um acordo com a Petrobras para a construção de uma calcinadora em Pernambuco, orçada em US$ 200 milhões. Mas ela depende da conclusão da Refinaria Abreu e Lima, que está atrasada e só deve entrar em operação em 2014.

Licença ambiental

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) liberou a licença prévia (LP) para a Coquepar no início de julho, estabelecendo as condições que a empresa terá de cumprir para obter a licença de instalação, que autoriza o início das obras. Na LP, o instituto informou que a linha de transmissão de energia planejada pela Coquepar terá de ser licenciada separadamente. E lembrou que, antes de entrar em operação, a unidade de cogeração de energia precisará de autorização da Assembleia Legislativa.

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