• Carregando...
Em 2014, somente os contratos de manutenção de estradas federais somaram R$ 4,8 bilhões em empenhos | Henry Milleo
/ Gazeta do Povo
Em 2014, somente os contratos de manutenção de estradas federais somaram R$ 4,8 bilhões em empenhos| Foto: Henry Milleo / Gazeta do Povo

O corte de 36% das despesas no Ministério dos Transportes deverá paralisar ao menos metade das obras em rodovias federais que receberam recursos em 2014.

De acordo com o que foi anunciado pelo governo nesta sexta-feira (22), o valor previsto no Orçamento de 2015 para custeio e investimento no setor era de R$ 15,9 bilhões e foi reduzido para R$ 10,2 bilhões. O corte foi de R$ 5,7 bilhões.

Segundo o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, nos Transportes o valor liberado vai ser suficiente para garantir 100% dos recursos para terminar 14 obras prioritárias e manter outras 13 no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), além de continuar as obras da Ferrovia Norte-Sul, pagar os trilhos da Ferrovia Oeste-Leste e ainda arcar com as despesas dos estudos de novas concessões.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostrou que o ministério fez empenhos para obras em pelo menos 54 rodovias federais em 2014. Com isso, metade delas não teria recursos garantidos. Mas há outros problemas.

Governo anuncia corte de despesas de R$ 69,946 bi para 2015

Contingenciamento será de R$ 9,4 bilhões em Educação e R$ 11,8 bilhões em Saúde

Leia a matéria completa

Em 2014, a despesa empenhada (ou seja, o que o governo se comprometeu a pagar) para custeio e investimento alcançou R$ 13,8 bilhões no setor. Com a falta de recursos no fim do ano, R$ 6 bilhões em despesas empenhadas ficaram para ser pagos em 2015, o que corresponde a mais de metade do que está liberado para gasto neste ano.

Mesmo com o ministro do Planejamento informando que as principais obras do setor seriam preservadas, será bastante difícil mantê-las em execução. Isso porque a despesa de custeio do ministério (aluguel, passagens etc) alcançou R$ 1,3 bilhão em 2014. Se for cortada em 36%, por exemplo, ainda seria perto de R$ 1 bilhão. Com isso, restariam R$ 9 bilhões para obras.

Em 2014, somente os contratos de manutenção de estradas federais somaram R$ 4,8 bilhões em empenhos. Se esses contratos forem paralisados, o resultado serão estradas esburacadas até o fim do ano.

Não faz parte dos planos promover uma redução de ministérios, diz Barbosa

Ministro do Planejamento anunciou nesta sexta-feira (22) o corte de despesas de R$ 69,946 bi no Orçamento da União para 2015

Leia a matéria completa

Já a construção das ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste gastou R$ 2,5 bilhões. E as 10 estradas que mais gastaram com obras em 2014 somaram R$ 2,5 bilhões. Ou seja, em 2014 foram quase R$ 10 bilhões somente para essas três grupos de despesas, valor igual a todo o orçamento de 2015.

Defesa

No caso do ministério da Defesa, o valor previsto no orçamento para 2015 era de R$ 22,6 bilhões e foi reduzido com o corte para R$ 17 bilhões. A despesas empenhada de custeio e investimento em 2014 foi de R$ 19,5 bilhões.

Nesse ministério, os principais gastos em 2014 foram com o submarino nuclear (R$ 1,2 bilhão), com o novo cargueiro militar, o KC-X, (R$ 1 bilhão) e o novo sistema de Controle do Espaço Aéreo (R$ 700 milhões).

Mas as despesas de custeio da Defesa são elevadas (chegaram a R$ 11,2 bilhões empenhados em 2014). Um corte nessa área poderá significar mais restrições a formação de militares, operações de treinamento e ao funcionamento dos quartéis, por exemplo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]