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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A crise econômica eliminou a expressão “aumento real” da maioria dos acordos salariais fechados entre empresas e trabalhadores do setor metalúrgico de Curitiba e região metropolitana. E a participação nos lucros e resultados (PLR) paga aos metalúrgicos da região, que anos atrás ganhou fama nacional, já não é tão “gorda”. Em alguns casos, a principal conquista deles tem sido a garantia de manutenção de postos de trabalho, ou pelo menos de parte deles.

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Em 2013, por exemplo, os funcionários da montadora de ônibus e caminhões Volvo, de Curitiba, conseguiram até R$ 30 mil de PLR, valor até então inédito no país. Na teoria, esse número pode ser repetido neste ano. Na prática, é quase impossível: a produção anual da fábrica teria de chegar aos 22 mil veículos, algo visto como fora de questão.

Caso a Volvo repita o volume de 10,7 mil veículos produzidos em 2015, meta bem mais provável, a PLR será de R$ 12.324. E, desse valor, ainda serão descontados R$ 5 mil de cada trabalhador, como parte de um acordo para garantir a manutenção, até o fim do ano, de 409 postos de trabalho que a empresa pretendia fechar – hoje ela emprega 3,2 mil pessoas, das quais 1,8 mil no chão de fábrica. A primeira parcela do PLR da Volvo, de R$ 5 mil, foi depositada dias atrás.

VOLKS E RENAULT

A Volkswagen e a Renault, ambas com fábrica em São José dos Pinhais, haviam acertado o PLR de 2016 em acordos fechados em anos anteriores, e por isso as cifras ainda são altas. A montadora francesa pagará valor equivalente ao de 2014 – até R$ 24,8 mil, em caso de cumprimento de 100% das metas –, corrigido pela inflação mais 2,5%. Na empresa alemã, o valor máximo chegará a R$ 16.259, mais a inflação deste ano.

Outras negociações fechadas nos últimos 30 dias resultaram no repasse de no máximo R$ 10 mil aos trabalhadores, segundo os comunicados do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.

Esse é o valor que a fabricante de equipamentos para exploração de petróleo Aker Solutions, de São José dos Pinhais, vai pagar em 2016 e 2017 em caso de cumprimento das metas – a primeira parcela deste ano, paga agora em junho, é de R$ 4 mil.

No acordo, que resultou em reposição da inflação aos salários em janeiro de 2017 e 2018, a multinacional norueguesa também se comprometeu a manter pelo menos 90% dos atuais postos de trabalho até abril do ano que vem. Cerca de 800 pessoas trabalham na fábrica.

Na Sulzer, instalada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), os 120 trabalhadores também terão PLR de até R$ 10 mil, com mínimo garantido de R$ 4.230. A empresa, de origem suíça, produz bombas submersíveis.

Também na CIC, a Trox – que produz difusores de ar, grelhas de ventilação, atenuadores de ruído e unidades de tratamento de ar – se comprometeu a pagar PLR de até R$ 7 mil, com mínimo de R$ 3,5 mil, a seus 280 funcionários.

A fabricante de autopeças AAM do Brasil, de Araucária, garantiu uma participação nos lucros de pelo menos R$ 4,2 mil, podendo chegar a R$ 6,4 mil, e estabilidade do nível de emprego até março do ano que vem. A companhia emprega 600 pessoas.

A Brafer, que produz estruturas metálicas em Araucária, se comprometeu a manter os 500 empregos de sua fábrica até 31 de dezembro, e pagará R$ 5 mil de PLR. A Trützschler, que tem 200 funcionários em Curitiba, pagará o equivalente a até 1,5 salário em caso de cumprimento de 100% das metas. O valor mínimo será de R$ 1.125 por semestre.

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