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Jackeline Johnson busca uma vaga de trabalho há dois meses, mas sem sucesso. | Antônio More/Gazeta do Povo
Jackeline Johnson busca uma vaga de trabalho há dois meses, mas sem sucesso.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Quem procura um trabalho temporário neste fim de ano deve enfrentar dificuldades por causa do cenário desfavorável da economia brasileira. Levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio) revela que 72,7% dos comerciantes paranaenses não pretendem reforçar o quadro de pessoal no último trimestre do ano, época em que tradicionalmente ocorre a contratação de mão de obra para o Natal.

Vagas sazonais abrem chance para efetivação

As contratações temporárias de fim de ano são consideradas uma porta de entrada para quem busca ser efetivado. Apesar da previsão negativa na geração de vagas, segundo a Fecomércio, as chances de efetivação entre as empresas paranaenses que planejam contratar são de 74%. Entre as possíveis vagas, 46% devem ser para a função de vendedor, 14% para caixas, 6% para o cargo de gerente e 34% para demais atribuições.

Segundo o consultor Scher Soares, CEO do Grupo Triunfo, o trabalhador que preenche uma vaga temporária deve mostrar serviço em um curto espaço de tempo para que ele possa ser considerado como essencial dentro daquela empresa. “O contratado tem pouco tempo para mostrar para os gerentes e até para o proprietário da organização que ele é imperdível. Se o trabalhador conseguir isso, com certeza a chefia vai lutar para mantê-lo”, afirma.

Para conseguir se destacar entre tantos candidatados, as dicas do consultor são: pesquise quais empresas e segmentos mais contratam no fim do ano, pense numa maneira diferente de chegar até essas companhias ou aos responsáveis pelas contratações e avalie se existe a possibilidade de conseguir indicações, que ainda têm um peso muito importante na hora de preencher vagas.

Pela primeira vez desde 2009, a expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) para demanda sazonal por emprego aponta para uma retração: -2,3% em relação a 2014. “A indústria deveria ter iniciado a contratação de temporários no fim de agosto até setembro, mas nada aconteceu. Agora o comércio irá repetir o que ocorreu com a indústria”, afirma Marcos Abreu, presidente da Employer e diretor jurídico da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem).

A tendência de retração de vagas temporárias no fim de ano será liderada pelo ramo de móveis e eletrodomésticos (-10,5%), seguido por livrarias e papelarias (-5,0%) e vestuário e acessórios (- 4,9%). Ainda assim, lojas de roupas, supermercados e comércios de artigos de uso pessoal e doméstico devem responder por oito em cada dez trabalhadores temporários contratados para o Natal, segundo a CNC.

A Via Varejo, que reúne as redes Casas Bahia e Ponto Frio, informou que está dimensionada para atender a demanda de fim de ano. Segundo o comunicado, a empresa não avalia ser necessária a contratação de temporários neste momento. Ao todo, as duas redes somam pouco mais de 1.000 lojas em todo o Brasil e empregam cerca de 61 mil trabalhadores.

Há dois meses a procura de um trabalho temporário, Jackeline Johnson, de 28 anos, diz que as vagas em Curitiba estão mais escassas e que sentiu a concorrência aumentar. “As vagas que estão sendo ofertadas dão prioridade a pessoas com mais experiência ou mais estudo. Estou atrás do que aparecer porque não dá para ficar sem dinheiro e trabalho no fim do ano”, conta ela, que tem ensino médio completo. Antes, Jackeline trabalhava como recepcionista e auxiliar financeiro em uma empresa de comércio exterior que faliu.

A indústria deveria ter iniciado a contratação de temporários no fim de agosto até setembro, mas nada aconteceu. Agora o comércio irá repetir o que ocorreu com a indústria.

Marcos Abreu, presidente da Employer e diretor jurídico da Asserttem.

Além das conhecidas vagas no comércio, outros segmentos empresariais também são opções na hora de buscar trabalho temporário nesta época do ano. A paranaense JRD Logística de Marketing, especializada em logística de marketing promocional, por exemplo, pretende expandir seu quadro de pessoal em 12% ao contratar seis pessoas agora no mês de outubro, com contrato de 90 dias.

“Final de ano é quando temos a maior demanda no setor por conta das campanhas de natal e o início das de verão. Este ano está realmente mais complicado, mas buscamos nos diferenciar criando novos serviços. Graças ao aumento de 10% na demanda de serviços conseguimos contratar esses trabalhadores temporários”, afirma Daniel Paschoal, diretor administrativo da companhia.

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