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Curitiba tem mais pet shop que padaria

O sucesso do negócio focado nos animais de estimação ocorre no Brasil inteiro. O país é o segundo maior mercado mundial do ramo

O labrador preto Brixton domina a rotina da família e representa R$ 150 em gastos mensais ao professor Jackson Sardá | Arquivo pessoal
O labrador preto Brixton domina a rotina da família e representa R$ 150 em gastos mensais ao professor Jackson Sardá (Foto: Arquivo pessoal)
Sasaki, do Vetsam: segredo é investir em novidades |

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Sasaki, do Vetsam: segredo é investir em novidades

Os dados da Prefeitura de Curitiba mostram o que muita gente já percebeu só de olhar as esquinas da cidade: são 1.837 lojas que cuidam da higiene, embelezamento e alimentação de animais contra 1.523 padarias e confeitarias, serviço que costuma figurar entre os mais populares de qualquer capital.

E não é à toa. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), um a cada três brasileiros tem um bichinho em casa, formando uma população de 58,4 milhões de cães, gatos e outros pets. Em todo o país, o faturamento do setor cresceu 8,5% no ano passado. A venda de comida, acessórios, medicamentos e serviços rendeu R$ 14,2 bilhões. O resultado coloca o Brasil na vice-liderança mundial dos gastos com animais domésticos, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Custos

De acordo com a Abinpet, o custo médio mensal de um bicho de estimação é de R$ 225 para um cão e R$ 85 para um gato. A base do cálculo utilizada pela associação é a de produtos de alta qualidade e não leva em consideração a faixa etária do animal nem o investimento inicial.

Na prática, os gastos podem ser bem maiores, como conta a estudante de Terapia Ocupacional Juliana Simas Silva. Ela adotou uma cadela sem raça definida há dois anos e colocou todos os gastos na ponta do lápis. Até agora, remédios, comida, tratamentos, banhos e acessórios custaram quase R$ 10 mil. A Tuca, cadela da Juliana, dorme na cama do quarto de visitas, para o azar dos hospedes alérgicos. Quando a família viaja, a cadela vai junto e tem até cinto de segurança para andar no carro. "Moro com meu marido, filha e meus pais. Todo mundo ama a Tuca. Quando ela foi adotada o pessoal brigou comigo, agora ela é o xodó da família", afirma Juliana. As despesas mensais não passam de R$ 300, com ração e banho. O problema se concentrou nos primeiros meses. "A gente teve que comprar coleira, casinha, castrar, dar as vacinas, tudo ficou caro", conta Juliana.

Para o professor Jackson Sardá, o gasto é menor. Ele tem um labrador preto de seis anos, o Brixton. Por mês, a despesa fica em R$ 150 com ração e banhos. O professor não contabilizou todos os gastos com vacinas e apetrechos, mas acha que, apesar do custo, vale a pena. "Ele é a razão de ser de todo mundo da casa, é a alegria da família. É como se fosse um filho, ele sempre fica por perto. Tudo é programado em função dele. Se vamos viajar, pensamos quem vai cuidar, levar pra passear, alimentar", conta Jackson.

Demanda pelo serviço está aquecida

Apesar da concorrência, os empresários não têm do que reclamar: os clientes não param de chegar. É o que conta Marcelo Sanso, dono da Clinivet há 26 anos. Quando começou no negócio trabalhava sozinho, no atendimento e na limpeza da clínica. O "boom" veio nos anos 2000. Hoje, o hospital veterinário emprega 80 pessoas, responsáveis por 140 atendimentos diários. "Acho que o curitibano gosta de bicho por uma questão cultural. Temos fama de ser mais fechados e o animal acaba virando um membro da família."

Em outro estabelecimento, o Pet Shop Vetsam, só no último ano o faturamento cresceu cerca de 20%, conta o proprietário Adolfo Sasaki. "Os clientes estão mais exigentes e nós investimos nisso. As pessoas querem produtos de qualidade e novidades. Um exemplo é o gel a base de chá verde que o dono passa nos dentes do animal e não precisa escovar os dentes. Isso não existe nem para o homem ainda", afirma Sasaki. O grande número de concorrentes não atrapalha, segundo o proprietário, porque a demanda aumentou e muitos pets fecham pouco tempo depois da inauguração. "Muitos não são profissionais. Uma dica para os donos de animais é sempre perguntar se tem algum veterinário responsável para orientar os funcionários e acompanhar os animais, mesmo no banho do dia a dia."

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